sábado, novembro 28, 2009

À volta do Jardim















Rodeado de quarteirões de prédios de carácter - alguns abandonados...
Não sou de Lisboa e só passo lá de vez em quando - as fotos já são de há mais de 2 anos.
Sei que há gente a protestar, a pedir informações, a dirigir-se à Câmara.
Porque é que o progresso não respeita a Natureza?
Onde está o inteligente, o mandante, o arquitecto, o biodiverso, o doutor das Ciências Naturais, o paisagista, as pessoas que usufruem dum jardim, nem que seja de passagem?
Decerto que há mil escusas: um país que se enleia.

E, por isso, pergunto aos amigos de lá:

"
se sabedes novas do meu amigo" o Jardim do Príncipe Real!

O Jardim do Príncipe Real


Completamente anormais, as árvores.



E a que propósito vem, esta do rei e dos cantares de amigo?
Das árvores. Que não são estas nem aqueloutras.
De mais de 40 árvores que "estão a ser reabilitadas" - quer dizer, já foram cortadas! - num dos belos jardins de Lisboa.

Nomeadamente porque não eram "normalizadas" e estavam doentes.
Um jardim romântico e vivo.

(D. Dinis tornou o português na língua oficial do País mas, pelos vistos, ainda não nos entendemos na nossa língua).

Novas de meu(s)amigo(s)











Entre outras coisas, aprendi que D. Dinis mandou plantar pinheiros, lá para os lados de Leiria e do mar cavalgante da terra. Um rei simpático e ainda por cima, culto. Claro que não se preocupava o rei com minudências de parques e cidades com camadas de ozono em cima.


"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
Cantiga de amigo de El-Rei D. Dinis (1261-1325)

quarta-feira, novembro 25, 2009

Escritaria 3








Tantas sensibilidades, muita gente numa terra amável.

Saramago faz da escrita um lugar tão perto,
da infância, da nacionalidade,
dos sonhos e dos pesadelos.
Um passado sempre pensado em desejo de futuro.

(A Bíblia, que andava lá por casa com o Dicionário, o Tesouro das Cozinheiras e a História da Civilização, foi dos primeiros livros que li mal juntava ainda as letras).

Escritaria 2









Frase escolhida por José Saramago, para sempre inscrita numa rua medieval em letras metálicas:

"Gostaria de reunir em um só lugar, sem diferença de países, de raças, de credos e de línguas todos quantos me lêem e passar o resto dos meus dias a conversar com eles".

Um acaso não ser numa rua principal, num sítio visível?
Uma travessa de ligação ao largo principal - será que ele a pensou assim, a passagem?

Escritaria I












Caim, o desmancha-prazeres!

Foi mesmo o que lembrei, sorrindo com a ironia.
O avesso do livro.