(E, de repente, reparei: na hora de escrever isto que um eventual relógio num qualquer lugar estava certo e de acordo comigo!)
...que falou no "cavalinho".
Um a brincar, outro a sério.
Na verdade, nunca (ou raramente, se não tiver outro remédio) paro onde há multidões, altifalantes, lixo, vendas circulares, procissões, ajuntamentos familiares. Prefiro o anónimo pisar das tábuas velhas das igrejas e casas, as cariciosas pedras dos caminhos, os horizontes sobrepostos em azuis, um fluir de água ao longe, uma bica improvável ao pé.
Às vezes perco coisas belas, sim!
(Diz-me: és a T. do PB intemporal (e do início do PPP) ou a menina que navegava entre vasos, gatos e alfazemas?)
terça-feira, agosto 23, 2011
Para T.
Recuperar
os pontos de fuga que tanto me atrapalhavam no desenho
vou por aí e ali espreitar os verdes e os muros
e se encontrar coisas velhas e abandonadas,
recupero-me no amor de as olhar
abrando o garrote
farta de estar
sem cabeça para pensar
as coisas tão só minhas.
sexta-feira, agosto 19, 2011
Saramago IV
Tal como dizia aí algures "desamarrar as palavras"
encher as velas do bom vento.
Sob um inclemente
insistente sol.
Cheguei fora "do tempo da homenagem".
Para ficar.
Só com as gentes a falar, a ouvir, a sentir.
No cruzamento de pensar cruzado
A
bettips
recolhe do longe
do mar (ou das pedras)
a luz
a prata
e desenrola os vários novelos (amados ou desamados) que tem sobre muitas "das coisas"; algumas são verde-esperança, outras negro-lembrança.
E também: sobre o filósofo que lhe é uma forma (referenciada, gostada, apreciada) de estar na vida.
Os apontamentos desta semana são sobre José Saramago.
Para quem "hum.. mais ou menos, gosto disto mas não gosto daquilo" bem pode passar à frente!
(não consegui colocar em "filme" 28 fotografias, por isso vão, de seguida, aos molhos)
Saramago II
Em 18 de Junho 2011, em frente à Casa dos Bicos (que será a sede da Fundação José Saramago um destes dias...ou meses), realizou-se a homenagem da deposição das suas cinzas, sob uma oliveira transplantada da Azinhaga, terra onde nasceu.
Da terra e pó que somos para os ramos da árvore. Rodeados de emoção e amizade.
Soltam-se as amarras das palavras. Saramago tem o condão de o fazer; ou de nos encher o barco à vela das ideias, numa água, num ar, de clarividência e humanidade.
"Voltamos sempre ao lugar onde fomos felizes"
O caminho de Pilar del Río foi repetido em Julho 2011: a propósito da viagem feita anteriormente com José Saramago, tal como descrito no livro "A Viagem do Elefante".
Palavras de Pilar: "Pode voltar-se sempre. Se foste muito feliz, volta e revive a felicidade, e se foste triste, volta e vê se consegues pôr harmonia onde antes havia tristeza".
Hei-de voltar a sentar-me lá, no banco-branco, sob a árvore das palavras.
quinta-feira, agosto 18, 2011
Saramago I
Murais no Jardim do Tabaco, frente à Casa dos Bicos, Janeiro 2011.
Aspectos da "Casa dos Bicos" em Janeiro 2011 (a ser a Fundação José Saramago algum dia destes...)
Placa no Café "Martinho da Arcada" homenageando o escritor (Lisboa, Outubro 2009)
"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais."
(palavras de José Saramago, referidas nesta data, na agenda 2011)