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" A Viagem Maravilhosa de Nils Olgersson Através da Suécia"
de Selma Lagerlöf
"... Todos gritavam alto: só um bando de patos bravos voava em silêncio, enquanto Nils pôde segui-lo com o olhar.
Mas o triângulo formado por esse bando estava em perfeita ordem, com os intervalos certos, a velocidade costumada e o bater de asas vigoroso e rítmico.
Nils sentiu uma sensação tão dolorosa, uma saudade tão intensa que quase teria preferido voltar a ser o Polergarzito, para poder viajar com um bando de patos bravos, por cima da terra e por cima do mar."
Reflexão. Como uma seta de luz, vinda de tão longe.
Um dos poucos belos livros que eram mesmo meus; ainda o tenho.
Quase 50 anos e a maravilhosa sensação de viajar, livre, mantem-se inalterada, como o meu espírito que paira acima de quem não quer ver.
E era fim de tarde de Janeiro, junto ao rio de ouro e chumbo. Um passeio sequencial.
Fiquei emocionada ao olhar, vários bandos de patos selvagens, voando em V, nas plácidas nuvens rosadas.
Vinham da foz do rio. Do Atlântico? Inflectiam vagamente para Norte, o mapa desenhou-se no meu pensamento: regressam, passaram o Inverno noutras paragens. Que paragens?
Tão belos que eram!
Senti alegria, voltavam a casa para o degelo.
Nils deveria já ter aprendido a lição do bando de Akka e de gnomo passou a rapaz sensato.
E eu? Quando ouço o som e vejo a nascente?
E eu? Quando ouço o som e vejo a nascente?
Tudo o que de profundo nos ensinam os bichos, sobre a natureza do Homem.
E nesse fim de tarde, as viagens e contos de infância, como se tivessem sido mais que sonho.