terça-feira, setembro 24, 2019

Apontamentos de Alentejo III - Pisões 2

A continuar, imaginando as salas e quartos, no luxo do chão em desenhos laboriosos, de pormenores geométricos e figuras de animais






Vestígios de frescos pintados na parede




A piscina enorme
Os desenhos do tempo



Uma "lagareta" para moer azeitonas e fazer azeite?
Tanto para ver e aprender...



segunda-feira, setembro 23, 2019

Apontamentos de Alentejo II - Pisões 1

Uma enorme curiosidade pelos vestígios da História. Aproveitando "passar", fixo a atenção em lugares que apenas imaginava poder visitar. Leio referências, procuro formas de acesso.
Aconteceu assim em vários lugares - a que, provavelmente voltarei em "coisas-mais-soltas" - e este era, ou parecia, difícil. Visita com marcação, no meio dos montes, sem acesso de carro normal.
Torneados que foram os obstáculos, agradecendo ao jeep e ao guia que arranjamos, a bela viagem pela
Villa Romana de Pisões e o caminho para ela, pretexto para o campo alentejano interior
Albufeira dos Cinco Reis





Aspecto que teria a área ocupada, numa maquete exposta no Centro de Interpretação.

Casa senhorial agrícola, com mais de 40 divisões, do período romano entre séc.I a.C e o séc. IV d.C. A estação arqueológica ainda em escavações, foi descoberta por acaso em 1967, ao realizarem trabalhos no campo. Tudo o resto se pode procurar na ligação da Câmara de Beja. Mas vê-la, andar pelas ruas entre as construções, é emocionante!

Uma menção especial à Ara Votiva que ali foi encontrada onde se lê o nome de um dos seus proprietários: "Catulus, um servo de Gaius Atilius Condus, dedica à divindade Salus". Salus sendo a deusa da Felicidade, a ara é datada de meados do séc. I d.C.

 As termas com o aspecto de todo o sistema de água que as fazia funcionar




sábado, setembro 21, 2019

Apontamentos de Alentejo I

Por aí abaixo, pelo mapa abaixo, norte/sul, sempre tentada a parar nesse Alentejo "da minh'alma". Que por tantos motivos me é querido: lutas, gentes, paisagens, comidas, solidões.
É-me como um espaço de mar, em terra.
Vestígios tão antigos de outras idades do Homem, romanos e mouros nas suas tradições, costumes tão diversos do Norte, modos de falar, de estar, de cantar.
A coragem.
Tudo o que vejo, caiado de branco, avivado a cores, azul, amarelo. Tudo o que li e o que imagino ter-se vivido nessa terra de grandes agrários e pequeno pão. Todas as torres cónicas que se vislumbram entre as construções de igrejas cristãs. Todos os caminhos desertos. Todos os nomes com "al" que nos prendem ao passado.
Agora, observando o que mudou. Com um certo aperto no coração pelo cultivo intensivo e que esgota a terra, pela desordem dos investimentos estrangeiros. Tentando perceber se há equilíbrio, se alguém se preocupa com ele, o futuro.
Ah... mas tudo isso que vejo e penso me levaria a outros campos de tantas batalhas: o da ditadura, o do 25 de Abril, os oportunistas.
Apontamentos desta emoção de Setembro

























Ir-se-á, com a candura espantada do olhar, mais longe.



quarta-feira, setembro 11, 2019

Sermões

Hoje é 11 de Setembro, Allende, uma tentativa de homens bons para uma sociedade mais justa, as Torres de NY, onde morreram pessoas sem saberem como nem porquê. Algo em comum.
O Outono e as vozes avançam porque no emaranhado do negócio e da democracia muitos têm muito a dizer, outros assobiam para o lado, outros "se safam". Em cardume, camuflados, bocas de comentário.








"(…) A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande."

Sermão de Santo António aos Peixes, dito em 1654, na cidade de S. Luís do Maranhão, Brasil.
O tempo passa e as palavras são iguais.