sexta-feira, fevereiro 23, 2024

As 2ªs semanas de Fevereiro no PPP

E saltamos para os artistas das semanas seguintes do PPP:

Dia 15 - Maria Helena Vieira da Silva 

Mulher e marido que se completam, obras maravilhosas que se podem ver no Museu em Lisboa a eles dedicado. A vida e as obras conjuntas são como um belo romance descrito em pinturas. Retrato aqui a homenagem de um busto de MHVS e um painel de azulejos, na estação de metro do Rato.

Tive o gosto de procurar, encontrar e ter tido tempo para a apreciar, a Fundação Apard Szenes-Vieira da Silva. Foi inaugurado em 1994, num edifício do séc. XVIII, antiga Real Fábrica dos Tecidos de Seda, precisamente no Jardim das Amoreiras, as árvores do bicho da seda! Preciosidades que se descobrem.



Da vida deles, anos como apátridas, lugares onde viveram... sabia muitos pormenores. Nomeadamente que foi no tempo do inominável "botas" que lhes foi negada a nacionalidade portuguesa. Ler a biografia dela, as ligações que manteve com outros artistas, ver onde se encontra a sua obra, o reconhecimento mundial da sua arte, é deveras emocionante.

Alguns aspectos dessa visita que fizemos ao Museu, apenas tirando fotografias aos murais e a um dos quadros, geometrias dela

 



 

Sem procurar mais... daqui passo para a semana do

Dia 22 - Salvador Dali

Controverso, exuberante, surrealista, extravagante. Tudo isso de um pintor que marcou parte da cultura do século passado. Um tema que ele utilizou várias vezes nas suas pinturas oníricas: o tempo/o relógio que parece deformar-se sob a acção do calor. Encontrei-o numa montra em Espanha, mais precisamente em S. Sebastian; e dali, logo me lembrou Dali!

Ao quadro real chamou-lhe ele próprio, muito a propósito "A desintegração da persistência da memória"
 

Sem ser um pintor que "me faça" ir ver explicitamente as suas obras, não deixo de notar a sua presença na cultura espanhola e no meio intelectual. Recordo em especial as suas ligações controversas a Frederico Garcia Lorca, a Luis Buñuel, e o nome da sua musa e mulher Gala. Ainda o seu caprichoso e bem conhecido bigode, inspirado no estilo de Diego Velasquez. Aqui acima, uma loja que visitei há muitos anos em Barcelona com inúmeras peças dele, ou sobre ele.

E ainda: iria "explicitamente" aos lugares da sua juventude: Figueres e Cadaqués, pela errância geográfica que o mapa me mostra, numa zona de Espanha que não conheço. E, com toda a probabilidade, visitaria o Museu que ele sonhou e instalou.

Ficam arrumadas duas semanas de demandas em busca dos artistas referidos. 

   

quarta-feira, fevereiro 14, 2024

Fevereiro 2024 no PPP

"Fevereiro quente, traz o diabo no ventre".  Mas, além dos primeiros dias acalorados, trouxe propostas Pintura/Pintores, no desafio mensal.

Dia 1 - Frida Kahlo

Não sendo grande apreciadora deste género de pintura - ressalvando contudo a arte do retrato, a repetitiva, pormenorizada, e talvez assim expurgada, aflição das doenças e tantas sugestões alegóricas dos costumes e vida mexicanas - deixei que um brinquedo imitando a pintora, que me deram há tempos, constasse da minha participação. Montagem sobre uma fotografia minha, antiga, da entrada de Portimão e o rio Arade. Foi também para mim uma sugestão da passagem de um tempo negro: mesmo roladas mais de duas décadas, está tão vivo como antes. Exorcizando fantasmas com uma boneca alegre e florida, portanto.


Dia 8 - Gustav Klimt

“Viena 1900” foi o tema de uma exposição que visitei na Casa de Serralves, pelos fins dos anos 80, da qual ainda guardo o catálogo. E ali estavam inúmeras descrições da cidade, da arquitectura, dos cafés vienenses, dos doces e da apfelstrudel, e dos seus artistas. Entre elas este pintor de que gosto tanto, de quem poderia fotografar dezenas de representações dos seus quadros, objectos e livros que andam cá por casa. A dada altura, pintei eu mesma uma cópia do “O Beijo”, que é o meu selo imutável do “bettips”. Mas para este desafio resolvi-me pela simplicidade divertida de 2 metros de pano Klimt, que comprei há muitos anos atrás, alusivo às cores das suas pinturas. Que uso ou utilizo conforme a disposição.

Klimt fez da sua arte uma mostra fascinante da vida boémia de Viena à época. Um amigo que vive na Áustria deu-me há anos um livro enorme, de fotos a P/B da vida e andanças, dele, da sua musa Emilie Flög e amigos. Vestiam-se assim, vestes compridas, étnicas, com frisos sobrepostos e coloridos. Ela era desenhadora de moda.
Uma das belas reproduções que tenho representa-a, em vestido, etéreo, comprido e tons de azul.
Tive o privilégio de ter visitado Viena há muitos anos e ter visto ao vivo "O Beijo" e outras obras dele, como os frisos no edifício "Secession".
Por isso, este desafio agradou-me em particular: por gostar e conhecer. E poder escolher, palavras, obras, pensar à solta. E desfio memórias de um tempo, e de um modo.




Era a emoção... e também não se podia tirar fotografias mas é o autêntico, abaixo.


Assim, deixo Viena e os apontamentos que me surgiram.