domingo, setembro 26, 2021

Céu profundo no Sotavento Algarvio

Não pude votar. Não havia voto antecipado nem coisíssima nenhuma. E lá nas minha bandas, o tente-não-caias vai ganhar com o seu modo aristocrático de Foz. Nada como ser independente para lhe caírem todos os direitas no regaço. Comparado com o anterior é melhor, faz coisas que se vêem, chega para o poviléu. Prontos, também voto sempre no mesmo; e acredito que gente como eu foi, foi, votar por quem nos permitiu fazê-lo.

Esta liberdade apregoada é uma canalhice. Tens liberdade de prejudicar os outros. 

Retiro-me para os meus sóis, grata por me ser possível, ainda, ver o mar e o sal. E o sol. E bichos, a leste das humanas preocupações.






Voar, nem que seja em pensamento, para quem me é querido.


quarta-feira, setembro 08, 2021

Céu profundo no Alentejo

Já não sei onde escrevi... a alguém ou algures. Era comovente chegar ao jardim da "gloriosa casa", à noite, e sentir, sentir mesmo, as estrelas precipitadas no céu, como poeira luzente. Com um brilho de sedução, sobre veludo muito escuro. Algumas constelações conhecidas e que se conseguem identificar. Júpiter chegava para o jantar. A Via Láctea a atravessar o horizonte.

Pensando nas teorias da relatividade (Einstein 1905) e nas distâncias em anos-luz que nos separam dos astros, sem me envolver muito em matemáticas e teorias, imagino que todos os meus amigos, todos os acontecimentos em que estivemos juntos, estão ainda a percorrer o espaço. E seria possível dar a mão à minha avó, brincar com A., passear com L., falar a F.

Porque a luz (a que se dão os acontecimentos) viaja a 299.792.458 metros por segundo... Chegar a eles antes da morte. 

Olhai por mim, olhai por nós.