domingo, outubro 30, 2022

Os poemas no PPP de Outubro 3

As manhãs só me entusiasmam como projectos de sair, ou de estar fora. Qualquer viagem me consola de madrugar num sobressalto indisposto. Relembro os tempos ainda cedo levantada, para ir trabalhar e chegar antes de todos. Para tentar organizar em sossego o que teria de fazer pelo dia adiante. Não me foram fáceis as madrugadas da vida! Com 10/11 anos tinha de me levantar antes das 6h da manhã e andar dois quilómetros??? entre terras e pinhais, para apanhar a camioneta das 7h. ou 7 e um quarto. Com chuva ou ainda de noite, os campos gelados, não são boas lembranças. 

Nunca fui grande adepta do levantar enérgico de algumas pessoas que conheço. Talvez que "ser do campo" tenha essa premissa associada: levantar com as galinhas! A minha preferência vai para "adormecer com os galos". Ou seja, gosto das madrugadas ao contrário.

Portanto, trato de escolher alguns momentos, de levantar em manhã cedo, que me deram prazer

 "sorrisos nas manhãs nubladas" é assim que penso precisamente desta fotografia de 1 de Outubro de 2010. O texto que lhe corresponde é um programa muito estimado, parte do Caminho de Santiago: "saída em direcção a Espanha e etc, percurso pedonal entre Alhariz/Santa Mariña de Augas Santas/Ourense...". Apesar de tantas madrugadas estremunhadas e de cansaço, o encanto e o contentamento foram constantes.

Lembrando um ano em que se quis ir ao sapal ver o nascer do sol e as aves, pelas 6h da manhã já se estava a postos. O acaso não foi famoso: amanheceu enevoado e chegou-se a um dos braços da ria onde não se podia avançar mais, em segurança. 




E outra manhã cedo, dramática de cores e por acaso, em varanda de cidade

 

Esta apareceu, uma manhã recente, "nublada" e com os sons das andorinhas nela: como que uma campânula de tule sobre as coisas, sobre o mar.

Recordo várias outras, para apanhar um avião, para chegar a um lugar imaginado e belo. E essas sim, preenchem o gosto com que gosto de pensar as manhãs!


quarta-feira, outubro 26, 2022

Os poemas no PPP de Outubro 2

A semana "das flores nos cabelos", de que fiz escolhas múltiplas. As que estavam ao pé da porta há dias, com risca azul, lá adiante: o que me lembrou ser muito pequena e gostar delas.

Vou ao baú porque me é grato recordar imagens e passeios, onde me surgem algumas, ou muitas, flores. Como Viena, em tempos recuados, tanta Arte Nova e tantos motivos: o edifício da Secession, inaugurado em 1898,


onde espreitei o "meu Klimt"
Salto outras memórias e detenho-me em Paris, alguns aspectos de jardins, de quadros.


Ao mexer nas fotografias nos álbuns antigos, é mesmo como se tivesse um braçado de flores e fosse tirando ramos, um a um, de tantas ideias coloridas. Esta primeira com as gotas da fonte como lágrimas:











Todos nós alguma vez teremos tido flores no pensamento e pássaros no peito.

 

sexta-feira, outubro 21, 2022

Os poemas no PPP de Outubro 1

Poema e imagens propostas para este mês:

"e digo/para mim mesmo:/é preciso cantar/dançar/contar historias/pôr flores nos cabelos/e sorrisos/nas manhã nubladas.", 

do poeta brasileiro João Baptista Oliveira Filho, de quem pouco encontrei na enciclopédia digital.

Estando longe das minhas estimadas "notas e fotos", servi-me das nuvens de férias, com esta imagem e este texto para "cantar/dançar"

Acho que as nuvens cantam… ora sós, sopranos, ora em grupo ou coro. Céu: palco vazio ou orquestra plena, de sons e tons.

Nas figurinhas de "contar histórias", apareceram-me as fotos dos contos e desenhos que às vezes faço para a menina: os passarinhos que gostavam de cerejas e os dedais da bisavó Alice. Os que eu lhe trazia dos mais diversos lugares de passeio. Cada lugar, um local, uma reminiscência


 
   
Para as flores no cabelo, fui-me reinventando com o que tinha, neste caso mesmo ao pé da porta, com a fotografia da trepadeira rosa

 
... ou pensamentos delas que me são recorrentes, no lugar onde nascem as ideias e o dito. Dá-se o caso de eu me lembrar das primeiras flores que vi, além das camélias da quinta em frente da casa. Sentava-me, muito pequena, na soleira da porta de uma vizinha, onde floria uma trepadeira de buganvílias. Uma vez fui picada por uma abelha! Com a ingenuidade dos anos pequenos, durante muito tempo julguei que eram de papel. Ah... não são as da fotografia que são recentes e eu nem sabia a côr do mar. Mas a recordação volta sempre
 
 

segunda-feira, outubro 10, 2022

Outra memória - Cerveira

Quando me aparecem imagens como esta, de tanta distância e despojamento, sinto como a saudade pode ser um espinho pequeno e doce.

Esquecido um ano de tantas vicissitudes e apartamentos, de apartar, de pessoas e saúde. Fica a beleza.


 Irei lá voltar?