terça-feira, outubro 28, 2008

Retiro





Tiro e retiro, ligo e religo.
Por vezes é só uma urgência, um fio de ideia.
***
Coisas de vida. Por mais passos e esquecimentos, dados e a dar.
Klimt de trazer pela casa.
Nas divisões da alma. Talvez lembre ainda margens de rio.
Interior tão só meu.
Ou fundos de gavetas.

quarta-feira, outubro 22, 2008

A M. - Nostalgia












Todas as cores que se diriam alegres
... onde dançávamos os olhos neste Outono.

Se não fora o vinho, esqueceríamos a videira.

Porque o Inverno descontenta - mas embala - a terra,
acordaremos ainda numa outra estação.
Em todos os poentes dos nossos rios desaguados.

A M. - Simbologia









Das mãos, das curvas dos rios.
Gavinhas quase, e tantas vezes, entrelaçadas.
Do chão onde amantes.
Despe-se a alma, despede-se a uva.
Ventos. Agrestes como o xisto onde ficarão as vides, as vidas.

As mãos de Rodin.
Na "Criação do Mundo" de Miguel Torga (1907-1995).
Tudo e no alto de um monte, apenas.

domingo, outubro 19, 2008

Para "Pitanga Doce"









... E já que fotografias são como cerejas, em bolos e em molhos ...
Uma das "meninas", do outro lado do mar grande, faz anos hoje.
Pessoas que visito, mais ou menos regularmente, mas sempre "encontro" nestes caminhos descobertos, do que agrada, dá gosto ou conhecimento: tertúlias das vidas cruzadas.
Impossível tantos e ao mesmo tempo!
Por isso me é tão difícil aceitar prémios e escolher preferências - todos os que visito ou visitei, comentei, li, sabem que o fiz não por cortesia mas por prazer puro da descoberta.
Assim, Mila disse há mais de um ano que gostava de "vidros": aqui estão eles, acompanhados de alguns baús que sei que aprecia, como um postal de Parabéns.
E apetecia-me dizer "Pretty woman, go on in our company"!
Com prémios ou sem, colhemos e recebemos os net-amigos com deferência e gentileza.

Espectáculo











Escolhida que foi esta foto para o PPP de fim Setembro, este "passar o barco" tão perto de nós e todos, sentados num molhe de madeira, perfeitamente tranquilo.
A maior rambla que atravessa Barcelona em direcção ao mar, foi acrescentada e quase faz parte dele. Pode-se passear sobre água até ao grande Centro Maremagnum, comer um gelado, jantar ou simplesmente "estar" e ver.
Eu que confesso não gostar e evitar CC (e mais uma vez, não entrei!) achei este irresistível, nas suas linhas arredondadas como onda, oblíquas, espelhadas, uma ilusão de navio.

Estará então aqui o "espectáculo" nesta sucessão de imagens ao perto, ao vivo - e ao longe, numa vista inolvidável sobre a cidade da arquitectura: tão bem soube enquadrar as suas linhas modernas num mar antigo. Pelos meus olhos e recordação, e em menos duma década, a modificação é admirável!

terça-feira, outubro 14, 2008

Placa



Continuo
petulante e sonhadora muitíssimas vezes,
com uma placa de intenções
debaixo do braço.

Apesar dos bichos assustadores e anunciantes.

Ao voltar III






... observo as praias do "ser"
onde outros constroem os seus castelos de areia
as suas fortificações de palavras
cabanas de meias verdades
corpos-cenários

Mentes mutáveis-descartáveis.
Acções da bolsa humana.
Desvalorizam.
(ironia acompanhando as metafóricas quedas; que tantos barcos se vêem ao largo...)
***

DEI: aos meus blogs de referência, os habituais e os outros, contei algumas dezenas nos meus Favoritos mais os amigos que (re)conheço, concomitante-a-mente os dos PPP: alguma paciência me falta: e faz falta, essa coisa da paciência: escorregadia areia em ampulheta.

Nunca esqueço quem passou ou passa: será ??? esse o meu principal defeito agudizante.
Ou seja: é arma de dois gumes.

Ao voltar II





...da minha-ilha-de-mim

eu-pequena
eu-adolescendo
eu-mulher
eu-perto / eu-longe
eu-amante
eu-trabalhadora do não-tempo
eu-família
eu-amada
eu-mãe / eu-mão
eu-amiga / eu-desavinda
eu-pássaro
eu-terra
eu-peso
eu-ar
eu-pedra