sexta-feira, abril 30, 2010

Cortina





Da terra ansiada
e tão longe.
Como tentação numa roda/rota de colisão
de tantas. Gentes e assim.

Talvez um biombo me esconda a realidade.
Talvez só veja desenhos. Um vidro. Fantasmas do devir.
Talvez.

domingo, abril 25, 2010

Porta ou janela





Tantas noites de memórias:

"...Agora ninguém mais cerra
As portas que Abril abriu!"


Ext. poema de José Carlos Ary dos Santos
em Antologia Poética, Lx 1975

terça-feira, abril 13, 2010

"Coisificar"








Sentemo-nos então meu amigos
à sombra de árvores velhas
frente ao mar, frente a África
(onde correu e corre, cá e lá, o sangue nosso)
Sentemo-nos apenas serenos,
não coisifiquemos todas as coisas,
as relações, os sentimentos

(aos comentários dos meus amigos conhecidos: eu ia lá mas perdi-me por aqui:
hei-de voltar.)

quinta-feira, abril 08, 2010

"Olho de Gato"


"Saber demasiadas coisas sobre os outros põe-nos sob a sua alçada, ficam com pretensões sobre nós, somos obrigados a compreender as suas razões para fazer coisas e ficamos enfraquecidos"

Margaret Atwood, em "Olho de Gato", Publicações Europa-América, Colecção Século XX
(...!!! confiei no tradutor e no revisor: é "SOB a sua alçada" e não SOBRE, obg J.)

segunda-feira, abril 05, 2010

A quinta (pequena) de A.








"Estou mesmo a precisar
de uma injecção
de essência de rosas"
Poema de Jorge de Sousa Braga em "Poeta Nu", um homem do Porto, um homem de época conhecida.

Havia num repente em mim um
"há que tempos"

... que não andava num caminho com camélias de tocar
- serem acessíveis como minhas e sem nome de família -
e sabe-se lá porquê? são coisas que se sentem ao encontrar couves belas como flores, bichos com nome, "chamar os bichos" e eles virem, estar ao lado duma pessoa que pega numa lesma como eu pegaria, ou num pombo recém-nascido. Ah e as ervas...
Todo este silêncio pesado-amaciado por uma "paixão dos sentidos", pelo tagarelar entre os cheiros de terra, olhar de monte, toque de pedra, som de harmonia.