De tantas ideias de Arte, edifícios, igrejas, esculturas, pinturas... o que realmente não me atrai muito é precisamente o "barroco", pelas suas muitas e variadas conotações de riqueza e pormenores por demais evidentes ao olhar: como se chamassem em voz alta, um "olha para mim", o que entendo como vaidade ostentatória. Culto religioso e poder temporal.
Ainda assim, encontrei uma foto antiga de uma série de que gosto muito, que junta a elegância redundante do séc. XVIII com a modernidade da escultura de João Cutileiro. Delicadamente dormindo e sonhando desde 1981, no lago fronteiro ao Palácio de Mateus.
Sobre Arte contemporânea, não é raro eu não a apreciar... Tem de haver uma harmonia das formas, uma simplicidade do olhar, algo que me faça pensar em "natural". Daí ter ficado muito feliz por encontrar a bela arquitectura do MAAT, na margem do Tejo, que quase lembra uma onda ou as formas de um enorme peixe prateado. O interior também, a compilação de obras de arte actuais bem conseguida. Mas cinjo-me ao que escrevi e pensei, por lá, no PPP:
Por vezes, uma obra de arte não é só o que é construído e se apresenta diante dos nossos olhos: é ainda o que se vê além dela. As construções ao fundo, a forma das nuvens que parecem reflectir no céu o desenho das placas do edifício. E de uma coisa passo a outra: Maat, na religião egípcia, representa a deusa da verdade, justiça, rectidão e ordem.
Outros olhares
O guindaste parece ir puxando o barco para o largo... É muito curioso o que às vezes encontro nas fotografias!
É uma daquelas coincidências que me provocam um (in)certo espanto, nesta minha vida de infinitos cruzamentos: tenho um papiro que me trouxeram há muitos anos, do Egipto, com a Deusa-ela-mesma! Oh asas, para que vos quero? Ou será que "sou assim"?
Na verdade são qualidades que eu cultivo e aprecio, em mim, em outros: verdade, justiça, rectidão e ordem.