sábado, julho 24, 2021

Julho 2021

Não tendo o PPP semanal, surgem-me as fotografias que puxam os pensamentos. Em diversos lugares à solta, ando a reflectir sobre outros tempos antigos. As visões com as fotografias, agora mais completas com informações "úteis", nomes, sítios e datas recuadas.

Nesta época de receios. De espanto, de ira. Portanto aqui as palavras ficam surdas e quase mudas.


 

A fotografia da Praça D. João 1º não é minha, foi retirada da net algures, talvez do "Porto Desaparecido"? Tentei ampliar para ver se por acaso estava o nosso Mini, porque nos fins dos anos 60, inícios de 70, vivíamos no "Paraíso", descendo a rua era ali "a praça".


"Since we cannot change reality, let us change the eyes which see the reality",

palavras tão simples de um escritor e filósofo grego, Nikos Kazantzakis (1883-1957) que desconhecia.

Tentando, muito, e geralmente não conseguindo. Esta realidade impõe-se com azedume, recusa a fuga. Desfoca as perspectivas.


quinta-feira, julho 01, 2021

Junho 2021 no PPP

Antes de férias, coube-nos no PPP e sob o tema da Luísa "para animar e trazer mais esperança num mundo mais azul", foram propostas palavrinhas que nos sugeriram passeios livres. Os que nos estão cerceados neste tempo ambivalente.

E por simples curiosidade pontual fui ver sinónimos do que se vai sentindo de ambivalência, e todos eles descrevem, por si e cada um, este período perigoso em que esbracejamos:

ambíguo, dúbio, confuso, equívoco, incerto, impreciso, indeterminado, contraditório, paradoxal, vacilante, hesitante, incompatível

Nem mais, incompatível com a vida como a conhecíamos! 

O que nos foi proposto e as fotos-legendas correspondentes: 

Convívio diz de si, entre automóveis e cabras: 

É uma das estradas mais movimentadas e perigosas do país, segundo as estatísticas. Contudo, todos os dias, o pastor e as cabras passam esta rotunda, para cá e para lá, aproveitando os campos ainda possíveis. Paradoxal ... que já tivesse lido recentemente o anúncio da "implementação de um grande empreendimento" por ali, na gaveta há décadas, no lugar onde julgo que pasta o rebanho. Não será dúbio: novas construções nos belos terrenos ainda restantes não são incertos, são certezas. Olhar para aqueles traços azuis que delimitam o projecto dá calafrios: parece-me um equívoco.

Jardinagem

Onde jardina a natureza solta.

Uma moda, a dos passadiços, que preserva as dunas dos indómitos e arrogantes descobridores que pisam toda a folha. Para ali adiante, estão anunciados mais. Por vezes parecem ruas movimentadas, com muitos pés, cães e rodas, além do lixo deixado. Mas paciência, melhor que nada.

Passeio

Este é um passeio recorrente. E um dos mais belos que conheço.

Aqui só o (re)lance do que parece. Andando e observando da estrada, há muitas estufas, portões, árvores cortadas. Em meia dúzia de anos.

Contemplação

Em férias, o que mais aprecio contemplar - além deste mar sempre diferente - são os campos vazios e solitários ao cair do dia. 

Lugares mágicos ainda escondidos.

Tudo isto será passado. Não terá passado: será!