Amigos que juntam livro

Após Serralves e alguma confusão minha pelas figuras sugeridas, postas em lugar visível, sem eu as pretender ver.
Uma reunião de boas vontades alegres.
Chegaram alguns como se se tivessem (re)conhecido através de pensamentos cruzados, os risos e abraços pareciam familiares.
Durante meses, foram construindo o propósito de brincar com palavras. E, pelo tempo adiante, vários esforços se juntaram para as ver ordenadas em folhas, as folhas em livro, o livro em acontecimento.
Filho de família pluriparental!
Formavam-se "22 Olhares sobre 12 Palavras", apresentado no sábado, dia 22, no Palácio dos Viscondes de Balsemão, no Porto. Onde nos falam vozes sopradas de outros livros que ali moraram, entendimento que nos ilumina por dentro, enquanto subimos as escadarias dos encontros inesperados.
O prazer de falar a pessoas diferentes com gostos semelhantes.
Na mesma praça onde o General Humberto Delgado aclamou as gentes que o acolheram no Porto, 50 anos passados. A dois passos da escola primária onde andei.
Foi com um certo orgulho que o recordei ali.
Neste exercício de liberdade conquistada, em grupo de amigos que cantaram e falaram de novas formas de vida virada para um OUTRO futuro, senti as asas soltas esvoaçarem pelas portas altas e claras.
Uma tarde bonita.
Um obrigada a todos que a tornaram numa festa verdadeira.

Livro que junta amigos

Havia uma casa de cultura com gente dentro.
Dum lado, o sagrado; do outro, a luz e o mar.
No meio, nós e os afectos.
Um largo acolhedor onde as grades da antiga cadeia se tornaram em montras de memórias.
Um livro "De Pé Sobre o Silêncio", de Licínia Quitério.
Conversa, abraço e palavra; em que contas de rosário e colares de riso se enfiaram, soltas e redondas, tocando as almas, passando em segredo pelos nossos medos, anseios, breves esperanças.

Um foco de luz. Foi diminuindo a penumbra dos seres que nos juntamos.

Obrigada, Licínia.

Lua

Única mente
refectid(a) mente,
a Lua.
Um astro próximo, tal como a vida doce prometida, a 10 minutos, de nós.
Contados em anos-luz.

Asas

Esperam pássaros o canto.
A liberdade do sol.
De cantar.
Esperam os mudos pensamentos.
Ouvir
Falar
Voar

(Reflecte-se a voz em pessoas: surdos para alma de pássaros.)
(Reflecte-se a luz em paredes: cimentos que fecham o olhar.)

A propósito

... e de propósito.
As ratoeiras. A política do momento.
Os ratoneiros.
O que ficou para trás: a ninguém ocorre pedir contas de dinheiro-fantasma pulverizado em benefício de alguns?
Sempre as mesmas caras como se estivéssemos a assistir a uma apresentação de slides num sítio esconso, alugado.
O país que é o nosso.

Vivemos suportando fábulas.
É entrar, ver e ouvir!