(em vez de gabinetes onde pousam os rabos se sentassem na pedra-sem-abrigo)
(deixaríamos os senhores de gravata a falarem uns com os outros)
(cisternas onde se sepultam alegremente justificados os "tais anos 80")
Se em vez de tantos clamores, tendências, apoios públicos e privados
vícios e virtudes
memórias curtas
houvesse a lembrança de recolher os pingos da boa vontade
os laivos de inteligência dos portugueses ilustres
e a força dos comuns, os do senso comum?
Parece-me que nos estão a habituar ideia de que "as coisas não podem mudar porque".
Enquanto as coisas mudam "apesar de".
terça-feira, novembro 30, 2010
Política da desgraça "se"
domingo, novembro 28, 2010
Ausência
As luzes e sinais falharam numa madrugada.
Sossegadamente ausente como ultimamente estava.
Entrou seguindo a nascente do rio, numa manhã fria, modesta como agora quereria, com meia dúzia das pessoas que lhe eram chegadas.
Faz companhia às nuvens, o horizonte é todo seu.
Ficaram inúteis os papéis; mas todos os seus santos guardados num missal antigo.
O carinho da mão que dava perder-se-à num adeus longo, de cada um dos seus filhos nunca se saberá da dor e da verdade. Do que pensou de nós todos fica um grande silêncio.
Costureirinha pelos alinhavos da vida, bordadeira de enxovais, modista de tantos casamentos e ocasiões importantes. R.I.P.
quarta-feira, novembro 24, 2010
Greve - grave
janela fechada com silêncio gritante
este meu lugar não tem nada a dizer
sobre o povo
que tarda em exigir a luz ou a claridade
Só se orgulha de ser:
povo em protesto.
terça-feira, novembro 16, 2010
quarta-feira, novembro 10, 2010
Sob a luz
Conversavam os dois as suas conversas jovens e à sua volta, a luz, a poeira do dia
estavam juntos como as árvores e os pássaros são atentos
a eles mesmos
Sobre eles, a tonalidade das certezas, o enamoramento dos gestos feitos prova
em que se está de acordo no sentido e na harmonia
ou se procura
No amor ou na amizade se balançam
entre estar longe ou perto
das margens do coração ou do entendimento