sábado, outubro 28, 2023

PPP Restante Outubro - Barco e avião

Viver em barco ou avião... viver sem o equilíbrio da terra firme. Os dois últimos desafios do mês passado, ou a passar, rapidamente.

O que publiquei e escrevi, uma fotografia digitalizada, anos 90, nos belos canais de Londres, em Little Venice

As mais longas locomoções/emoções que fiz/tive de barco, devem contar-se pelos dedos, ou seja, apenas pequenas travessias e passeios, a sítios a que não era possível chegar de outra forma. Sendo uma “enjoada militante” nem pensar em viver num barco! A menos que, sem terem terra firme, as casas devam ser lacustres por necessidade básica; e eu tivesse nascido numa daquelas plataformas flutuantes dos rios do Oriente que vejo nas séries e filmes, tendo já na gestação os otólitos e cristais genéticos calhados para um perpétuo movimento.

Mas admiro quem o faz por gosto nos pacíficos canais de uma ou outra cidade que visitei, fazendo de algo flutuante em equilíbrio de chão de água, casas e casinhas de imensa beleza.

De "uma ou outra cidade" algumas escolhas aqui ficam, de recordação, Paris a primeira e, é claro, Amsterdam onde os barcos são verdadeiras casas alternativas e me encantaram




 

De avião, terei inúmeras. É um gosto que tenho, olhar a terra - e o céu e o mar - lá de cima, será isso que me evita ter medo. Esta foi a fotografia que escolhi, era madrugada:

e o pensamento que me surgiu, a primeira vez que andei "no ar", Porto/ Londres, na solidão das grandes iniciativas:

Lembro-me perfeitamente da sensação de medo e desenraizamento que senti, e o que chorei, num fim de tarde em Agosto de 1971, em que levantei voo do Aeroporto de Pedras Rubras, a primeira vez. Mas, depois desse facto passado, aqui está um meio de transporte que muito aprecio em eventuais deslocações ao “estrangeiro”. Apenas ressalvando o desconforto das novas low cost que não são nada fiáveis ou confortáveis, e em que 3 horas ali dentro seja o meu máximo suportável.

Porque lá em cima o tempo é outro e a minha curiosidade é imensa, ao mergulhar no céu e mar de nuvens, ao ver a Terra do espaço. O amanhecer de Lisboa, entre folhos de luz e sombra, às 5h da manhã.

Mas ainda me veio à memória uma vista dos Pirinéus, numa outra viagem:

Um encantamento até porque nunca estive "na neve", só a vi de longe.

 

segunda-feira, outubro 16, 2023

PPP (ainda) Outubro 2023

É-me irresistível, que as palavras trazem dentro tantas recordações e coisas, nessa altura, boas!

O automóvel, o primeiro que tivemos, tão alegremente o partilhámos com os amigos. Viagem a Trás-os-Montes, algures estarão as fotos dos 4, do almoço de sandes, num pedaço de areia qualquer, à sombra da ponte e linha do Tua. E quando as gotas do vapor de água se soltaram muito acima de nós, pensamos que seria chichi do comboio e corremos para fora do lugar. Essas não as vou procurar "porque". 


Ainda antes, há 55 anos, a viagem pelos lugares do Douro das infâncias e dos antepassados. E serão fotografias repetidas, algures já as coloquei: só que dá-me esta ternura...



 

Em Maio de 2003, num aniversário de numeração idêntica, viagem no comboio histórico. Não havia "coisas" das excursões de agora, barcos, ficar em quintas e provas disto e daquilo: era ir e ver!






Fotografias velhas, digitalizações possíveis já há tantos anos. Fico sempre com pena de não ter tirado mais. Na ocasião. E agora.

Foi a propósito do PPP e uma foto de T. cuja paisagem julguei reconhecer. E era mesmo!


quinta-feira, outubro 12, 2023

PPP Outubro 2023

Os desafios deste mês que entra já pelo Outono dentro, são propostos por J., escolhendo diversos meios de transporte. Daqui se começa com o 

Dia 5 - Automóvel, dito com a seguinte fotografia 

Um carro para mim só tem duas funções: ou é útil ou é agradável. Escolhi juntar o útil, andando para a frente, ao agradável, vendo para trás.

Dia 12 - Comboio

 !Gosto de comboios desde sempre, naturalmente porque desde pequena que enjoo em tudo o que balança. Do que li há tempos, em 30 anos foram desactivados em Portugal 1.300km de via férrea. Relembro o tempo da cavacal figura e os seus IPs de morte. E, agora, os quase 3.000km de autoestradas com “comboios de camiões”.

Tenho pena. Sei que há um movimento de renovação turística, de percursos belíssimos, mas que não servem nem as pessoas nem os interesses comuns.

Este foi um passeio improvável que fiz questão de experimentar: Vila Nova de Cacela para Vila Real de Santo António. As condições degradadas das estações, da automotora quase vazia, deprimentes. Mas um olhar diferente através das traseiras das pequenas casas e dos campos, observando também uma parte desconhecida do sapal de Castro Marim.








 

Já na estação final, as sombras do dia, a "sala de esp...erança"?


O desagrado do feio das pinturas-feias, do descuido e do abandono.

 

 
 

Há muito tempo, o comboio guardado em caixas de infância do filho, foi montado para gáudio dos novos olhinhos azuis, na mesa da sala

Sobre comboios, em geral: fizemos um Porto/Lisboa há uns anos, todos poupadinhos e ecológicos. Para nunca mais. As condições do Inter-cidades eram mais que más, sujas, velhas, desconfortáveis. Tenho-me perguntado da necessidade urgente deste meio de transporte: dá-me sempre raiva ver escrito nos camiões "logística" ou "mudanças", ou ver "veículos longos" vazios, ou apenas com meia dúzia de "tralhas". 

E pronto! já nem falo das pichagens nos velhos comboios, dos riscos nos vidros e outras patifarias que não sei donde vêm (nem para onde vão).

Gosto de comboios. Lembro-me da primeira viagem que fiz, para Guimarães. E de uma outra, nos inícios dos anos 80, entre a Suíça e Alemanha.

*** Revendo: reparo que foi/era o mesmo dia de hoje! em 2012. Chegada às castanhas e à feira anual de Vila Real de Stº António, a que normalmente se ia em estando por lá. Pelas novidades, quase provincianas, das vendas ecléticas de tudo o que se possa imaginar!




Mas e sobretudo, eu fico é "lixada" com a modernidade dos meios de transporte que não respeitam o básico: as pessoas e a natureza.
 
Donde... me vieram as lixas convenientes que preciso usar nesta minha maneira de ver e criticar o mundo!