sábado, dezembro 21, 2019

Rastos de Dezembro

Restos de mês. Rastos de destruição que não se compreendem. Porque há os desastres naturais e os desastres causados pelos humanos, por vontade ou negligência.
Em vidas, em casas, em rios. Em museus apenas há tempos inaugurados, neste caso o MAAT.
Nunca há culpados de nada, que diabo "é a vida"...!
E a vida não seria melhor se cada um cumprisse com a sua obrigação? Dos "instituídos" e doutorados, aos privados?
Não há desculpa, nem para a grande nem para a pequena e diária corrupção.



Há uma diferença: em cima o que arquitectos e mestres de obras construíram e pelo qual foram pagos, em baixo, os despojos de um barco desmantelado
Valha-nos a esperança dos seres mais novos, as crianças, na construção de um mundo melhor. Quando lhes vejo as pequenas roupas, os pequenos desenhos, os risos.


(fotografias do museu e exposição em Abril 2017)


sexta-feira, dezembro 06, 2019

Do Natal no PPP

Do Natal, estamos conversados.
Tudo o que dizem "os meus amigos" e conhecidos no Palavra-puxa-Palavra é concordante com o que penso.
Só não me apetece discorrer ou apresentar nada do que representa.
"As luzes e as sombras de Natal", foi o mote desta semana.

Neste momento, a época desta festa é árida.
A minha foto e as minhas palavras:


O Natal é uma quimera que apenas se torna realidade pelas mãos de uma criança.
 

quinta-feira, novembro 28, 2019

Monarquias e derivados no PPP

Estes desafios, avulso e à semana, aguçam-me o engenho e a vontade de aprender. E inquirir das memórias, tragédias e glórias passadas. A proposta da semana de 28.11, tinha a ver com o início e fundação da "casa real de Bragança". Sem me interessar muito por monarquias, também não lhes sou totalmente avessa: basta considerar o que de bom e mau têm as pessoas, reis ou plebeus.
A minha fotografia foi tirada na entrada do Panteão da Casa de Bragança, em S. Vicente de Fora, há uns bons anos.

Pois logo a seguir me veio à ideia uma visita ao "tal" Alentejo profundo, uma estadia nas raias de Portugal (o monte que se via da casa já era espanhol!)

e os passeios pela zona, nomeadamente por Vila Viçosa.
O Palácio Ducal, na praça onde impera (e bem) o 8º duque de Bragança, nada mais nada menos que D. João IV, aclamado rei de Portugal em 1 de Dezembro de 1640.
A sua fachada sóbria onde o luxo visível é mesmo ter sido construída com o mármore da região
Pagámos e visitámos: infelizmente não se pode tirar fotografias... aos lugares da realeza (que diferença dos museus e palácios que visitei no estrangeiro e, ainda por cima, não haver telemóveis à época)

O espreitar dos jardins, ambos, eu

e o pavão no muro,
as cozinhas admiráveis, de brilho, e sugerindo uma "real alimentação"!

o claustro,


as pequenas perspectivas em volta, era um Maio glorioso



A lindíssima porta manuelina


os pormenores das pedras lavradas também pelo tempo,





Tudo o que aprendi nestas passagens, das preferências e favores dos reinos.
(que também tenho reis preferidos: D. Afonso Henriques, D. Dinis, D. João II, D. Carlos, entre os que me lembro agora)
Retenho a beleza do lugar.
Penso - só de mim para mim e com um suspiro respirado e questionado - que se não fossem estes "eleitos" por linhagem  (faraós, imperadores, reis e "afins") e as religiões a que grupos imensos se entregam, o mundo poderia ser mais justo...
mas não sei se seria tão bonito!

sábado, novembro 23, 2019

Lisboa em Outono molhado

Antes, muito antes, tinha sempre calor em Lisboa. Comparativamente à cidade húmida e mais escura onde vivo todo o ano. Lembro-me de termos passado o Natal com amigos além do Tejo e, no dia 25, termos assado frangos num pinhal, com as crianças delirantes pelo sol e liberdade.
Já tenho pensado se não se teria virado o mapa ao contrário!
Lisboa então, (quase) caseira, com "algumas abertas" se dizia no passado
(neblinas ou nevoeiro matinal a norte do Cabo Carvoeiro...)


Houve tempo para ver e desenhar um arco-íris!

E ir, junto ao rio largo de riscas verdes

Apreciando os dourados da capital
A divertida quentura do ninho

E na volta, já o sol se sentia na estrada, deslizando na sua ironia às avessas, para Norte.
Para quem foi a primeira vez a Lisboa em 1968 e conheceu a Gulbenkian nos anos 70, era tudo tão longe!
José Mário Branco que encontrámos antes de Abril 74: 
mudam-se os tempos, mudam-se as vontades 
em margens de certa maneira.
Tantas travessias, cerca de 80 mal medidas, desde 2007.



domingo, novembro 10, 2019

Palavras que puxam ideias

Quando o desafio semanal do PPP aparece, forma-se-me uma girândola de formas, lugares, ideias. Muitas vezes são esboços - um "croquis" como digo à menina e ela acha graça - e que trabalho é encontrar a correspondência, todos estes anos tão avulsos de coisas. Por uma palavra, uma imagem que recordo, dou inúmeras voltas: e por isso este lugar é tão importante para mim, na procura, no encontro.
Este mês de Novembro, tão húmido e chuvoso, tomando alguma cor.
Para a primeira semana, "Ao jeito de cartilha" a sílaba "ba". Um passeio íntimo.
No ba-zar que conheci desde muito pequena, era perto da escola primária. Que me encantava. Uma colega (rica) que vivia mais adiante na mesma rua, levava-me com ela, a família era conhecida do dono. Das bonecas e afins não me lembro mas recordo um piano de plástico, com teclas. E dava música.
O resto da história seria de contar, de escrever,
mas...

Os ba tentes que encontrei e já nem sei de onde são, haverá muitos mais



O ba calhau de Natal com família
O ba calhau da feira de V.R.Stº António, onde os espanhóis se amontoam para o comprar
A ba bugem onde andam as ondas e aves do mar do Sul





Nas "reticências: Andei por aqui..." são tantas! apareceram como cores de outras épocas-décadas.
Alto Minho, casa de amigos antigos, e o mar ao longe
A aldeia de Ferragudo nos anos 80
Londres, Tower Bridge, Kew Gardens, Camden Town, Picadilly, British Museum, nos anos 90






Paris, no Museu Rodin, 2001
 Em Viena, 2000



Em Bilbau, ponte Calatrava, com 10 anos de intervalo, os flashbacks que surgem



Uma forma de luz, interior.