sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Os possíveis vislumbres

Por esta altura, há anos, já teria espreitado os outros e tantos lugares de camélias.
Quintas, ruas, esquinas: vislumbres e deslumbres. Sei de lugares de casas onde, há mais de 20 anos, colhia uma flor debruçada entre muros. Sei por onde devo passear entre elas. Ofereciam-me camélias. Conheço-as de longe e em muitos sítios diferentes.
Várias pessoas que sei terem camélias nos quintais e não me parece que "as vejam". Eu imagino-as lá, sem as ver.
Lugares especiais delas, visitadas através das décadas, além dos jardins onde (se) acenam a mim: Quinta da Aveleda, Casa Tait, Palácio de Cristal, Celorico de Basto, Quinta Vilar de Matos, Quinta Vilar de Allen, Jardim Botânico/casa Andresen de Sophia, quinta Monte de Esqueiros. Exposições no Porto em vários anos, conhecidos daqui e dali que encontrei por acaso e têm esse entretimento... e outras tantas pistas que não tive oportunidade nem tempo de seguir. Não sabendo o nome das espécies delas, trato-as simplesmente por tu.
São, por agora, estas as camélias possíveis: Parque da Quinta do Covelo e na companhia da criança que ainda sinto e vejo, comigo, em mim.










Se há maneira de me convidar a sair, nestes tempos interiores, iria apenas para vê-las!

sábado, fevereiro 15, 2020

Um mês passado

Que o mundo era redondo, sabemos desde tempos muito antigos. Mas lembrei-me de Galileu
"Eppur si muove",
a propósito de uma etiqueta de bacalhau!
Rezava assim, nesta Terra que gira e confunde todos, nas epidemias, nas guerras,
nos mares e bichos, pessoas, tristezas, tragédias, alegrias:

"Gladus morhua, Atlântico Nordeste - mar da Noruega, Spitsbergen e Ilha dos Ursos. Arte da pesca redes de emalhar e redes semelhantes"

No fim do mundo! Fui ver os locais e logo vi coisas que não sabia. Falam do sol da meia noite e da longa noite polar, coisas inimagináveis para os mediterrâneos.
O bacalhau da nossa tradição portuguesa.

Aqui trabalhado "à chefe" e como tal cheio de arrebiques: mas estava bom e o lugar à beira rio melhor

Este acima sendo "acolitado", como dizem os novos mestres da cozinha, com presunto, o de baixo com  brôa de cá

Este é bacalhau numa açorda alentejana
Há um de que a minha menina tem memória mas de que não encontro agora a fotografia.
***
Ah! é recente e encontrei-a hoje, a foto: sempre que posso faço para ela "bacalau", como dizia ainda mal sabia falar!

A segurança que nos dá o bacalhau!
Hoje vou fazê-lo num arroz simples. Quiçá exemplar anónimo vindo da Ilha dos Ursos.
Se houver ursos e ilha porque tudo está em mudança com as alterações climatéricas. Assustador para esta minha geração.