sábado, fevereiro 15, 2020

Um mês passado

Que o mundo era redondo, sabemos desde tempos muito antigos. Mas lembrei-me de Galileu
"Eppur si muove",
a propósito de uma etiqueta de bacalhau!
Rezava assim, nesta Terra que gira e confunde todos, nas epidemias, nas guerras,
nos mares e bichos, pessoas, tristezas, tragédias, alegrias:

"Gladus morhua, Atlântico Nordeste - mar da Noruega, Spitsbergen e Ilha dos Ursos. Arte da pesca redes de emalhar e redes semelhantes"

No fim do mundo! Fui ver os locais e logo vi coisas que não sabia. Falam do sol da meia noite e da longa noite polar, coisas inimagináveis para os mediterrâneos.
O bacalhau da nossa tradição portuguesa.

Aqui trabalhado "à chefe" e como tal cheio de arrebiques: mas estava bom e o lugar à beira rio melhor

Este acima sendo "acolitado", como dizem os novos mestres da cozinha, com presunto, o de baixo com  brôa de cá

Este é bacalhau numa açorda alentejana
Há um de que a minha menina tem memória mas de que não encontro agora a fotografia.
***
Ah! é recente e encontrei-a hoje, a foto: sempre que posso faço para ela "bacalau", como dizia ainda mal sabia falar!

A segurança que nos dá o bacalhau!
Hoje vou fazê-lo num arroz simples. Quiçá exemplar anónimo vindo da Ilha dos Ursos.
Se houver ursos e ilha porque tudo está em mudança com as alterações climatéricas. Assustador para esta minha geração.


5 comentários:

bea disse...

Esse bacalhau com broa tem um aspecto que faz favor. É receita que nunca fiz mas inda hei-de. Não me parece difícil. Um amigo já se dispôs e deu-me a sua receita especial de bacalhau confitado e que é polvilhado com broa. Mas a minha cabeça oca apenas se recorda do nome. Para a próxima vai com lápis e papel.
Um arroz de bacalhau também me parece bem. Venha o bacalhau da Noruega ou de onde quiser. Mas que venha. Tem razão, a presença do bacalhau é logo outra segurança na cozinha:).

Justine disse...

Assustador este mundo que nos coube viver, amiga! mas há coisas que não vamos deixar que mudem, como o bacalhau que, seja ele pescado onde for, é uma âncora da nossa gastronomia, um traço identitário de nós, povo!
Abracinhos

Rosa dos Ventos disse...

Os nossos bacalhoeiros iam bem longe e nós aprendíamos isso na escola primária!

Abraço

Mar Arável disse...

A poesia servida à mesa

vieira calado disse...

Olá, boa noite!
Estou recomeçando a minha relação com os blogs.

Creio que última vez "que nos vimos", já foi há uns anos...
Saudações poéticas!