quarta-feira, dezembro 30, 2020

2020 - Ano de (poucos) Encontros

Sobre este ano grave, muito se disse e diz. Desde Fevereiro. Nem festas. Muito o pensei, quase semana a semana em projectos. Sem fazer balanço, tempo de "soma e segue", que todos estão em interrogações e sofrimentos.

Esperamos que passe mas não sabemos. E esta intranquilidade, este espanto de não depender de nós mas de tantas outras condicionantes, deixa-nos perplexos e exaustos. 

Ontem trocamos horizontes, em fotografias. Lisboa/Porto. 


O PPP cumpriu-se, 11 meses de ideias x 4 semanas x 11 pessoas das escritas e fotografias que somos. 

Pensamos em grupo. É bom. Estas "notícias" animosas que vamos tendo uns dos outros são um conforto, são um fio desdobrado, precioso, de "palavra puxa palavra" ou "pensamento puxa pensamento". Dezembro foi mês dos numerais! 

O dois: adivinha-se a música, os "Barqueiros do Volga", "Kalinka", "As Danças Guerreiras do Príncipe Igor", tudo recordações de há muitas décadas

O três: os caminhos entre lagoas e passadiços, num Minho recôndito

O 100: mais de um século passado sobre "As Portas do Inferno", de Rodin, uma recordação de Paris

O 1000: os muitos mais Guerreiros de Xian e um passeio pelos Jardins Budda Eden

E aspectos dos Guerreiros de Terracota, na exposição da Alfândega do Porto. Uma simulação de imagens e explicações muito bem feitas e que tive o privilégio de ver com tempo.


E, sempre, as convergências da mente. Neste silêncio.


quarta-feira, dezembro 09, 2020

Variações de humor

Avança dentro de nós o Dezembro. Lá fora, persistem as luzes para alguns e as não-luzes para tantos.

Tentamos, muito, que os entes queridos e os amigos se apercebam que "estamos aqui", onde nos colocaram, onde nos obrigaram. Não só as vidas diferentes como as contingências deste momento grave para milhões de pessoas e famílias. Penso, para mim, que um bom presente de Natal, em havendo, seria poder estar com a gente que é minha ou próxima. 

"Somewhere, over the rainbow", 1939, do Feiticeiro de Oz, uma história bonita sobre a Ilusão e a Felicidade.

Se possível, aqui no livre ar do sul



A proposta de números 1, 2, 3, 100 e 1000 deste mês no PPP, fez-me ir atrás, num vaivém de cenas possíveis. 

1 - Um dia, um acontecimento, uma personagem. Fotografia manual, a preto e branco, pelos antigos métodos do “olha o passarinho”. Um gosto, além da paisagem, conversar com o senhor que ali está há dezenas de anos. Ou estava, que o tempo destrói as vidas e as vontades. Mas sempre lembrarei este momento, tenho a fotografia-feliz em prateleira da sala. 

A conversa com este "senhor da fotografia à la minuta" foi sobre o seu pai, que o ensinou e lhe deixou o gosto e os apetrechos. Feliz por gostarmos e lhe termos pedido para nos tirar uma, a rir, a olhar o boneco-pássaro e a imensa paisagem de Viana do Castelo e mais, mais adiante. 

Mas, como sempre, escolho muitas coisas, em momentos que são UM, momentos únicos (que são todos, uns melhores que outros). O tempo continua a ser tempo, atrás, hoje e à frente, até se acabar "o nosso tempo".

Duas pedras em diálogo

Três oliveiras, ou quatro?
Pelas 3h da tarde, sim, era de tarde, pelo sol e pelo relógio
Dois espigueiros e o terceiro em vislumbre
Dois para "O Beijo"
Três figuras de diferentes expressões

E, por último, os nenúfares, dois e um terceiro prometido, sempre lembrando Monet e a sua incansável busca de impressões pictóricas. Claude Monet pintou cerca de 250 quadros das flores da água.

Adoro o lugar, a cor, a minha fotografia que assim calhou.