Antes de férias, coube-nos no PPP e sob o tema da Luísa "para animar e trazer mais esperança num mundo mais azul", foram propostas palavrinhas que nos sugeriram passeios livres. Os que nos estão cerceados neste tempo ambivalente.
E por simples curiosidade pontual fui ver sinónimos do que se vai sentindo de ambivalência, e todos eles descrevem, por si e cada um, este período perigoso em que esbracejamos:
ambíguo, dúbio, confuso, equívoco, incerto, impreciso, indeterminado, contraditório, paradoxal, vacilante, hesitante, incompatível
Nem mais, incompatível com a vida como a conhecíamos!
O que nos foi proposto e as fotos-legendas correspondentes:
Convívio diz de si, entre automóveis e cabras:
É uma das estradas mais movimentadas e perigosas do país, segundo as estatísticas. Contudo, todos os dias, o pastor e as cabras passam esta rotunda, para cá e para lá, aproveitando os campos ainda possíveis. Paradoxal ... que já tivesse lido recentemente o anúncio da "implementação de um grande empreendimento" por ali, na gaveta há décadas, no lugar onde julgo que pasta o rebanho. Não será dúbio: novas construções nos belos terrenos ainda restantes não são incertos, são certezas. Olhar para aqueles traços azuis que delimitam o projecto dá calafrios: parece-me um equívoco.
Jardinagem
Onde jardina a natureza solta.
Uma moda, a dos passadiços, que preserva as dunas dos indómitos e arrogantes descobridores que pisam toda a folha. Para ali adiante, estão anunciados mais. Por vezes parecem ruas movimentadas, com muitos pés, cães e rodas, além do lixo deixado. Mas paciência, melhor que nada.
Passeio
Este é um passeio recorrente. E um dos mais belos que conheço.
Aqui só o (re)lance do que parece. Andando e observando da estrada, há muitas estufas, portões, árvores cortadas. Em meia dúzia de anos.
Contemplação
Em férias, o que mais aprecio contemplar - além deste mar sempre diferente - são os campos vazios e solitários ao cair do dia.
Lugares mágicos ainda escondidos.
Tudo isto será passado. Não terá passado: será!
3 comentários:
Gosto muito da última fotografia a contar de cima. Aqueles tons são comoventes e enlaçam o olhar.
Eu tenho esperança nos bocadinhos de terra livre e desabitada por humanos, que vazios nunca estarão, bettips. A vida vegetal e animal até redobra fora da espécie que as desrespeita.
Um abraço e boa semana.
É já passado, B., que nós reviveremos na nossa memória sempre que nos apetecer!
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