segunda-feira, outubro 29, 2007

Paisagem com noite


"La nuit étoilée" 1888


Sirvo-me ainda da inquietação torturada de Van Gogh e dos seus céus circulares em noites de vento.

Também qualquer quadro dele o demonstraria, redondos pensamentos à volta de si próprio.
Cores retorcidas e enorme solidão, gente que passa e não se queda.

Como se a terra girasse em parábola imensa e já nada fizesse sentido.
Nem distâncias nem consequências.

51 comentários:

Maria disse...

Que posso dizer?
Talvez se ele não tivesse sofrido tanto não tivesse produzido tanta beleza.....

Beijinho

Manuel Veiga disse...

como é bom ler Van Gogh pelos teus olhos...

sublime!

jlf disse...

A tela de Van Gogh é interessante. Bela.
Mas a moldura do texto...
As palavras...

O Profeta disse...

Será que as distâncias aprisionam as consequências?


Doce beijo

Pitanga Doce disse...

Une nuit étoilée é do que eu precisava agora.

beijos.

Fragmentos Betty Martins disse...

Querida Bettips

Tomo a liberdade de usar as palavras do "herético"__________"como é bom ler Van Gogh pelos teus olhos...

sublime"!

Beijinhos com carinho
boaSemana

PostScriptum disse...

Bem notório o pontilhismo que o caracterizou.
Adorei a moldura feita de letras.
Abraço

Isamar disse...

A imagem é bela mas as palabras Be têm um apelo especial, um fazer pensar, reflectir nesta vida...

Beijinhossssss

Licínia Quitério disse...

Muito inteligente meditação sobre o pintor e a obra.

Deixo um beijinho.

Isabel disse...

Inquietação torturada____________ como a identificamos bem não é querida B.
Quedo-me em ti quando aqui estou, contigo, nós nestas folhas de papel virtual, e quedo-me pensando-te, olhando-te, sabendo-te, reconhecendo-te e aprendo-te mesmo quando me aparento ausente e tu sabes.
Há quem passe, cruze, volte e fique.
Talvez não para Van Gogh, esse tinha noites de céu estrelado atormentadas pelos movimentos circulares contínuos de todos os ventos, dos piores dos ventos, ventania de pensamentos rebolados.

Sinto que é porque a terra gira numa parábola imensa que tudo faz sentido.
Apenas para nós ( pequenos seres quase invisíveis, visíveis apenas no nosso micro mundo) fazem sentido as distâncias e as consequências porque nós somos um redondo NADA carregado de espinhos de dor...
Mas nós criamos seres iguais a nós e tudo continua a girar não importa quantos espinhos guardamos espetados nem quão funda é a nossa ferida... nada importa e por isso tudo faz sentido.
O universo permanece. A terra continua a girar. A vida renova-se.

Isso importa!

Também importa no meu pequeno mundo dizer-te que és linda.

Abraço-te

Isabel

Isabel disse...

B querida vai espreitar o meu estaminé.

Abraços.

Isabel

teresa g. disse...

Inquietação torturada! Não encontraria palavras mais adequadas para as sensações que me causam os quadros dele.

Redondos pensamentos em volta de si próprio também. A quem cabe romper a solidão, aos solitários, aos que passam ao lado, ou a todos? Quem tem a capacidade de construir pontes?

Quando tinha 23 anos levaram-me ao museu Van Gogh. Não gostei de uma dose tão grande de angústia num só lugar e disse-o, com as palavras um pouco mais prosaicas que o meu inglês permitia. Olharam-me de lado, como se fosse uma pária. Nesse momento percebi que não gostar de Van Gogh em Amsterdão era um pecado quase capital. Não gostar de Van Gogh fez-me sentir uma certa solidão. Quem diria, sr Van Gogh!

(Nem sequer é verdade que não goste dele, é só mesmo essa inquietude que é perturbadora.)

Mas gostei muito da leitura deste post!

Beijos

Frioleiras disse...

estrelas na noite... sp belo este van gogh ... intemporal!

Rui Caetano disse...

Grande reflexão a partir do quadro de Van Gogh. Gostei mesmo.

rach. disse...

Queria a harmonia num só traço, passo forte sobre a história do mundo, do homem fechado em cada sonho

beijito

bettips disse...

Jardineira: aonde o teu jardim de repouso para sossegar a alma? Bj

Kalinka disse...

OLÁ
Continuo com o ALFABETO; na letra G falei de (Gogh) Van Gogh, o pintor.

Não sei mais o que sinto,
por tantos rumos o MAR me leva, entre o frio beijo e o silêncio...tanta espera.

Finalmente agradeço os prémios que recebi; vem buscar o teu.
Continuação de boa semana. Beijitos.

Paúl dos Patudos disse...

As tuas palavras e a pintura, um conjunto que nos transmite beleza...
bjos
Ana Paula

Paulo disse...

Lembro-me do azul-prata que crescia no horizonte, empurrado, pelos olhos, como se o céu fosse um mar às cambalhotas.
Que desassossego infatigável...havia, naquele "quadro".

Bem conseguido.
Abraço
Paulo

hfm disse...

"Nem distâncias nem consequências".
Mas ele soube escolher porque soube rejeitar.

O Profeta disse...

Passei para te deixar um beijinho...

butterfly disse...

Porque será que na maioria das vezes, a inquietação, a dor, ... conseguem criar a obra única, imortal.
Querer sempre mais, a busca de algo que nem sabemos bem se existe.
Bj

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Como se, como se... Talvez?! Gostei dos pensamentos redondos.

Isamar disse...

Palavra puxa palavra e surgem as palavras certas na hora certa. Obrigada! Beijinhos

teresa g. disse...

Adormecido ;) Deu-lhe a preguiça. Talvez para sossegar a alma :)
Beijos

M. disse...

Pelo menos "redondos pensamentos" não agridem quem se aproxima. Por causa da sua forma de bola de sabão. O mais que pode acontecer é rebentarem.

Isamar disse...

Ó minha amiga, fiquei sem os links e agora andava por aqui a tentar caçar o teu para o levar lá para o meu canto.É desta! Beijinhos e bom feriado.

Anónimo disse...

Passo a apresentar um blog sem importância onde se vai dizendo umas parvoíces . Por ora em fase experimental .

«Tou a vêrr , esta cena é uma cena muito imporrtante .»

Abraços .

Alberto Oliveira disse...

... ai este VG (o mestre que me desculpe mas as iniciais são mais cómodas e prafrentex-simplex) que tanto me faz lembrar as caixas de chocolate -que o bom-gosto das fábricas chocolateiras portuguesas para "ilustrar" o doce produto tinham autores das belas-artes de nomeada sendo VG um deles e, ao que se saiba, sem nada ter lucrado com isso... pelo contrário, pois o nosso homem ainda pertenceu a um grupo bem numeroso que fez história na arte e que morreram bem tesos (corporal e economicamente) deixando para os familiares vindouros, marchands e coleccionadores(?!) a alegria de verem o seu trabalho recompensado com aquilo com que se compram os melões.. Não sei se VG gostava de melões,mas que não levava uma vida muito alegre, isso quase que posso garantir...

abraço.

Teresa Durães disse...

e faz?

Era uma vez um Girassol disse...

È preciso sofrer para criar algo belo...
Um dos meus pintores preferidos.
Inquietação, inconformismo, loucura.
Não teremos também nós um pouco disso tudo?
Beijinhos

Manuel Veiga disse...

beijo

C Valente disse...

Sem palavras só olhos e pensamento
Saudações amigas

Teresa David disse...

Gosto também tanto do Van Gogh que igualmente me atrevi a pintar alguns dos seus quadros, já que não posso ter os originais, e esta, a par doutro da igreja com um céu revolto que agora não me recordo do nome mas pintei-o, são de uma fase dele que adoro.
E que bem que o pintaste!
Bjs
TD

Anónimo disse...

erá que para se produzir uma obra de arte ela tem de sair duma profunda angústia e dor?

Madalena disse...

E faz sentido este girar com homens?

Grande a recoradação de passar uns minutos frente a um original de Van Gogh: Emoções de atordoar cabeça pensante.

Bejo amigo. :)

Meg disse...

Eu às voltas com o Dr.Gachet... e eis-me numa noite estrelada, assim como a dor no superlativo da força do génio.
Beijos e saudades

tolilo disse...

gosto tanto d eestrelas!
fazem-me sempre lembrar o petit prince.

Chuac!_

Anónimo disse...

Excelente análise ao quadro de Van Gogh, é sempre estusiasmante olharmos para uma obra de arte com esta simbologia, através dos olhos e da alma duma pessoa como tu.

Beijos.

Fragmentos Betty Martins disse...

Querida Bettips

_________passei para te "ver" e admirar as estrelas_________

Beijinhos com carinho
BS

Tiago Nené disse...

gostava que colaborasses neste grande blogue colectivo pois tens algo de diferente a dar:

www.bloguedasartes.blogspot.com

le os estatutos.

saberás o que fazer.

ate ja;)

Isabel disse...

Minha querida B

Vim mergulhar na tua noite de Van Gogh.
Não vim por estar inquieta mas por sentir tudo em mim circulando... vim até ti e deixo-te um abraço circulante.

Isabel

hfm disse...

Só para agradecer. Um abraço.

jawaa disse...

Tive neste último Verão a sorte (e o privilégio)de ver uma exposição de obras de Van Gogh no Thyssen, fiquei deslumbrada!
É como dizes: «redondos pensamentos à volta de si próprio... cores retorcidas e enorme solidão» o que transparece em tudo o que nos deixou.
Um abraço

Chat Gris disse...

O meu preferido.
:)

jorge esteves disse...

Não sei se haverá, pelo meio, alguma razão. Não alvitro, pois, prudente, diz-me o saber que o tempo faz mais convertidos do que a razão...

abraço.

C Valente disse...

Passei e desejo boa tarde
saudações amigas

Kalinka disse...

OLÁ AMIGA
como sei que vive no norte - Porto, quem sabe este recado pode ser útil?

Para os Amigos bloguistas que me visitam, segue a informação adicional:
O Festival vai até ao dia 1º de Dezembro;o encerramento é neste dia, é representada a peça da casa: A Farsa de Mestre Pathelin - encenada por Manuel Ramos Costa, dirigida a um público adulto.
Quem viver no Norte do País e estiver interessado é só visitar o site:
www.contactovar.com

BEIJITOS.

Hoje tirei umas horitas para fazer uma visita, pois ando atrasadissima com as visitas aos blogues dos Amigos.

Maria P. disse...

Excelente esta tua "inquietação".

Beijinho*

nnannarella disse...

Quando olho uma noite estrelada, vejo inúmeros desfiladeiros que contrariam as leis da gravidade...:)Até perseguições entre deuses caprichosos e bandoleiros, ou Vénus, como a loirinha do King Kong, nos braços de Vulcano. E com este quadro não é difícil imaginar Van Gogh, poeta da dor, a olhar para as estrelas, enquanto os outros de pés bem assentes na terra... Outra ovelha negra de um destino roxo...

nnannarella disse...

A terra gira e nós com ela... Falaste em arroz amargo, a propósito das mulheres de Cecília M. É claro que me lembrei do filme, rodado nos arrozais da pianura vercellese. E não é que Vercelli é geminada com Arles ?... :)
Jinhos.