quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Bolhão - o mercado I









Mercado público desde 1839/51. Em Outubro de 1915, o belo edíficio projectado pelo arquitecto Correia da Silva, inaugurava as primeiras bancas e lojas do seu interior.

Não saberei fazer e escrever tudo o que me ocorre sobre este lugar que tanto frequentei.

Recém-casada e a viver perto da Baixa, ali e na Casa Chinesa, na Confeitaria do Bolhão e nas redondezas, se passavam as manhãs ou tardes de sábado nas compras da semana.

Fui vendo a minha cidade ficar mais velha, inóspita, crua e nua. Sózinha e dispersa.
Modernidades modernaças, ideias bacôcas.

Mais betão, mais alcatrão - mobilidade??? - , menos árvores, menos canteiros, menos relva, mais alumínio, mais lojas incaracterísticas, mais ruínas.

Menos pessoas.

7 comentários:

jlf disse...

A ganância dos senhores do dinheiro (fácil) não tem mãos a medir nem comtemplações com pieguices e nostalgias históricas.
Compram o poder discricionário de um vereador ou de outro representante do poder, e está conseguido o objectivo.
O povo?
Ora o povo que se dane!...

Justine disse...

É exactamente como diz jlf!
"E não se pode exterminá-los???"

despertando disse...

É uma verdadeira tristeza, e nós povo nada podemos fazer.
Somos um povo comodista.......o sangue que nos corre nas veias já não é o mesmo dos nossos antepassados.

segurademim disse...

... é o progresso

nnannarella disse...

Bettips, tenho uma espécie de fé em que a gente do Porto, que já fez tantas vezes "das tripas coração" para sublevar e corrigir, o consiga fazer de novo. E, como tu nestes "posts", contagie todas as outras gentes.

Na verdade, parece que "os senhores da guerra" cerram fileiras e actuam com toda a impunidade sobre a propriedade alheia, que ainda por cima não é apenas de uma cidade, mas de um país.

jawaa disse...

Eu nunca entrei no Bolhão, uma vergonha a quem visita regularmente o Porto, a quem se identifica com gentes do Porto, as estima e as ama.
Tenho por irmã/prima querida portuense por afinidade e coração, que tem registos fabulosos só de ditos do Bolhão e das mini-conversas de quem puxava pela língua às vendedeiras. Um sabor próximo de Aquilino que faria inveja a Bocage.
Uma pena o Bolhão deixar de o ser, mas não deve ser fácil impedi-lo.
Por meu lado, ainda tenho a Ribeira de Lisboa no coração com as ciganas a predizerem o meu «rapaz» que nasceu no dia seguinte rapariga...

Anónimo disse...

Hermoso post. Además de las imágenes, me encantó el texto. El final es increíble; muy poético.
Saludos,
Mariana C.