Havia ao longe um barco de guerra: se calha, por isso, reparei na mão e outras minúcias.
Grácil sol de Inverno, aquele que preguiçosamente se conserva baixo e oblíquo e nos transmite o interior das coisas.
As estátuas sorriem e espreitam-se entre verdes, segurando saias de pedra como se ainda meninas.
As estátuas sorriem e espreitam-se entre verdes, segurando saias de pedra como se ainda meninas.
O vento vira as costas ao rio e faz um gesto displicente: imagino ao seu esgar furioso que asneira dirá!
Não olho os artefactos de guerra senão para pensar na ameaça que representam.
Para tantas mãos com corpos vivos.
9 comentários:
Há pedras, e barros, e caminhos que falam....
Beijos, Bettips
tens muita razão. os barcos de guerra não dizem com a delicadeza das tuas fotos.~
beijos
Neste admirável mundo novo, os artefactos de guerra parecem ser necessários para impor a paz...
enfim, como dizia Manuel Alegre, com as mãos se faz a paz, se faz a guerra
1 beijo, Bett
Imagine-se o que, no respaldo dum banco do jardim do museu das Janelas Verdes, se vislumbra, com a luminosidade do "grácil sol de Inverno, aquele que preguiçosamente se conserva baixo e oblíquo e nos transmite o interior das coisas"...
A guerra?
A tal mão que apenas tira...
Também o prazer de ver através dos teus olhos.
.....
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Belo fragmento expressivo, reflexivo, sensitivo. Gostei do dizer, do jeito de olhar...! :-)
Ultimamente tenho lamentado menos o facto de ser míope. Os pormenores são frequentemente muito mais animadores do que as coisas grandes.
Adorei o passeio pela ilha, que não conheço. Quem sabe um dia, estas fotos são tão convidativas!
Beijos
As estátuas parecem assumir um desafio, estas e as do post anterior.
Um xi.
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