O meu amigo FM vê o Danúbio.
De longe, capta-lhe a magia nostálgica e manda-me um aceno.
A minha amiga FB lê Alvaro Lapa.
De longe, capta-lhe o amor à pedra e manda-me a explicação.
"...Estranha-se a pedra porque está ali onde a olhamos e ela vê-nos à sua maneira com indiferença máxima pelo nosso andar. Andamos-lhe em volta, não a ignoramos nem conhecemos, nem a domesticamos, só podemos admirá-la. Virá-la para dentro. Para o tempo. Que ela mostra. É um relógio de um ponteiro que marca séculos se os contarmos e tudo o que neles acontece. Um soldado morto vive numa pedra e só nasce debaixo do travesseiro. É um sonho de pedra pequena e muita guerra vista em volta. Com muito tempo. Ninguém as retirava do seu moledo lá por Sagres".
(Alvaro Lapa - Impressões da Lusitânia, cit. in Algarve, noventa séculos entre a serra e o Mar).
Parecendo sem coincidência com o que sinto, apontamentos intemporais.
14 comentários:
E com sentimento li/senti este apontamento, como sempre espelham palavras tuas...
Beijinho de Maio*
Pedras vivas
que nos fazem reler
a memória
as pedras são. impõem-se. isso lhes basta...
A nostalgia desta Primavera que o não está sendo invade-nos mas os teus textos saem sempre divinos.
Beijinhos
Nestes dias taciturnos de espera que se transformam em dias ansiosos, valha-nos a beleza redescoberta nos olhos da amizade.
Um beijo
Debaixo de cada pedra mil murmúrios para ouvir, miríades de histórias para contar.
Palavras de "Encantadores de Pedras", cheias de poesia!
Assim nos vamos deliciando!
Beijinho
Magnífico blogue, parabéns.
Um abraço.
Pedras e palavras são matrizes de muitos mistérios. Fascinantes, insondáveis.
Atraentes os teus posts.
Beijinhos.
foi entre as pedras que Platão viu a luz
:0)
beijinhos
Os amigos têm destas coisas: encantam-nos o olhar e quantas e quantas vezes o alargam, rasgando-o, obrigando-nos a ver mais longe e mais preciso.
Um beijinho grande
as pedras falam para quem as sabe escutar
T.D. as pedras falam sempre, nem sempre as sabemos ouvir
Dos efeitos, as palavras chave são magia nostálgica e amor. Das causas: o imponente Danúbio e a eloquente pedra.
Intemporais, um e outra, daí que se assemelhem ao acaso, que simulem não bater certo com o nosso sentir.
O problema não está na eloquência do mágico e caudaloso rio, ou na da vetusta e histórica pedra. Antes está em nós, na nossa capacidade de os entender.
Concordo.
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