Tenho tido no meu mail, diálogos como eu os imagino soltos: "ao postigo do quintal".
Alguma confusão entre amigos
conhecidos
encontrados
de peito de coração de intimidade de vizinhança de gostos
ou desgostos
ou desgostos
de palavra.
A Ana Ramon, da Paixão dos Sentidos, que eu não conheço, a não ser há meses e meses de nos lermos esporadicamente mas sempre com agrado, deixou um comentário no meu lugar. Fez-me sorrir; passou-me pelos olhos uma fotografia tão real e tão imaginária como a frase.
Metáforas e imagens de que me alimento; muitas vezes bem, outras vezes indigestas.
Eis o que me escreveu, tão simplesmente:
"Os amigos têm destas coisas: encantam-nos o olhar e quantas e quantas vezes o alargam, rasgando-o, obrigando-nos a ver mais longe e mais preciso."
Senti exactamente "como a paisagem mais longe"que me apareceu, nas suas cores antigas, ao mesmo tempo que a lia.
Para mim e ainda, porto de abrigo e beleza, esta.
Tudo o mais não me são letras
mas tretas.
21 comentários:
Ena, sou a primeira!
Linda a frase da Ana, que não me surpreende do também pouco que conheço dela aqui.
(Fiquei a pensar... o rasgar pode ser doloroso, às vezes. Há amizades que se constroem em pedra dura. Divagações minhas de outras vidas, minhas, que vieram agora à tona)
Bjinhos
PS - não comentei, mas achei interessantíssimo o passeio ali embaixo!
Curiosamente, há momentos atrás, no blogue da Filomena, por via de umas rimas deixadas desafiantes (e que delas só hoje dei conta) a outras que antes tinha eu deixado, fiz um exercício de reflexão, sobre a causa das coisas em forma de palavras que pelo virtual vamos deixando uns aos outros. Não sou assim tão para o sério como transparece das palavras da Ana Ramon. Mas subscrevo-as. Tal como subscrevo aquelas com que subscreves as dela. E eu subscrevo-me, antes que essa coisa "das emoções" me baralhe o sentido da escrita, que é algo que me deixa desorientado,
Abraço Legível.
Ah! Já me esquecia: quando abri a página do teu blogue e vi a imagem, pensei "Não me digam que desta vez é que projectaram uma ponte que liga directamente o terminal fluvial do Cais do Sodré com a Costa da Caparica (sim, eu sei que a ponte tinha de dar uma curva, mas algumas são assim não são?). Afinal não era nada disso, desse sonho pontual que me persegue desde jovem...
Foram bonitas as palavras qu a Ana te deixou, mas não menos bonita a reflexão a que deram azo.
Muito bom, este post!
"Com medida"
A certa, a sensível.
1 abraco de Strasburgo.
Que bom ter esses diálogos assim!
Pena já não se cultivar a Carte Postale:(
Bj
para ti, pelo que dizes, ficou um abraço no luar
Belas as palavras, mais belo ainda o sentimento que elas abrigam. Amigo/a, o que nos des-cobre.
Uma amizade em porto seguro!
Que lindo este post!
Beijo
Por falar de mails, quando eu re-voltar a telefone fixo, ligo-te, Senhora.
Beijo e muito obrigado.
poderosa frase!! :-)
um beijo
Verdade: há situações (palavras, imagens) que digerimos bem e com proveito. Outras, bem indigestas.
Isso: letras e tretas.
Tem razão a tua amiga: é notável o deslumbramento e o encanto que certos amigos conseguem transmitir ao nosso olhar.
Também assomei ao teu postigo para ver as fotos e as letras, onde nos contas dos teus sentimentos.
E vim também para deixar-te um beijo.
Olá Bettips
Depois de uma ausência (de férias), estou com uma dose de dificuldade em entrar na rotina!
Gostei da tua perspicácia em vislumbrar "mais longe e mais preciso" a ideia da Ana Ramon.
Até logo no PPP.
Deixo um grande abraço
os amigos, mesmo através de imagens, deixam-nos sonhar
Maria Filomena Barata says:
bettips, não vou estar mas não me esqueci. por isso te mandarei uma flor em pensamento. só não o faço agora porque sei que não se deve fazer .....
7:15 PM
(Porque o silêncio também pode ser presença)
vim. e li tudo o que ainda não lera. vi tudo o que em mim vive numa suspensão de tempo.
e sempre me encanto com tua forma de dizer e ver. Bem hajas.
bjs de luz e paz desde os primórdios até ao fim dos tempos
Bom f.s
Os amigos são tesouros que devemos preservar. Dão tempero à nossa vida.
Para ti deixo beijinhos e o cheiro da alfazema da minha serra.
escrever é partilhar. sem dúvida. e como tal "responsabiliza"...
mas, por vezes, a tentação de "efeitos especiais" é grande. formas vazias. então.
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