segunda-feira, maio 05, 2008

Urbano




Sentada sobre água e os reflexos. Porque sempre a pensar para longe.

O colorido da cidade; eu branca e oblíqua depois do vermelho vertical.
Tantas cidades e gentes.
Despidas e recobertas em vestes e vestes sobrepostas.
Casulos. Mulheres.

31 comentários:

Justine disse...

Cada vez gosto mais de cidades.E, como diz o L.Durrell, " a cidade é o nosso universo, se nela habita alguém que amamos"
Cidade: traçado de solidões ou de solidariedades...
Beijo

O Puma disse...

Vestes de colorido as cidades

e elas bem precisam

Alberto Oliveira disse...

... trago as cidades no coração. Todas as que conheço e as outras. A minha cidade (onde nasci) não é minha: é de todos os que nela nasceram e dos outros. E as outras cidades (todas) também devem (deviam) ser património da humanidade. Era a única maneira de chegar ao Cairo (por exemplo) e exclamar "Ora cá estou na minha cidade!" Ou encontrar um egípcio no Marquês de Pombal a dizer-me com (exagerada) simpatia "Como a nossa Lisboa está bonita!".


Urbano Legível
(Ex Rapaz de Lisboa)

abraço.

jlf disse...

Mais um belo poema.
A cidade: cor. Casulos. Mulheres.
E tu... Tu sempre enigmática, mas de "vermelho vertical".

Como não houvera de gostar?

abr
zl

Meg disse...

Querida Bettips,
Ouvirás no meu silêncio a voz da minha revolta, e decepção.
Beijinhos para ti, que nunca te esqueço.

João Videira Santos disse...

Poeminha,poemão...gostei!

~pi disse...

gestando almas ~

hfm disse...

Os eucaliptos de uma cidade que, em pequenos laivos, parece uma província.

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Continua passeando nos lugares-cidades, continua captando a memória da cidade inexistente. Tantas cidades e gentes.

É preciso vestir as cidades. Vestir, vestir, vestir. A nudez da cidade é um túmulo esventrado, bairro de lata, favela, musseque, pátio, ilha, realojamento, suburbanidade.

Cheguei hoje, estou em Lisboa. Sei, reparei que tenho o nariz cheio de fuligem e de dentro vem o ronco bronquítico, os olhos avermelham-se, são pétalas de Maio atacadas pelo aranhiço vermelho da urbe. A fila é lenta, é segunda circular. Realmente parece que ando em círculos, os rostos dos condutores parecem-me estampas de um livro de campos de concentração.

Realmente a cidade é bela nos seus recônditos, nos jardins com árvores corcundas da poda camarária, e cristalinas fontes escorrendo águas captadas no longínquo bode e encanadas numa rede de tubos emparelhados com postes de muita alta tensão a correrem vertiginosamente loucos para a grande cidade ao longo das margens da A1. Aí há mulheres nuas, brancas como o mármore a destilarem pensamentos milénios a fio. São mamutes que o tempo apanhou nos blocos de gelo das grandes cidades.

É tempo de beber, de sentar-me no sofá e pegar no telecomando. O circo vai recomeçar.

Beijinho, Betti.

José Louro disse...

Extraodinários os comments neste blog.

Maria Laura disse...

Só conseguimos amar as cidades se virmos para além do olhar. Se no olhos das pessoas lermos a vida que nelas pulsa. Tu sabes isso, claro.

Alien8 disse...

Palavras e imagens caminahndo lado a lado. Bom para os olhos e para a alma.

Bom resto de semana.

mena maya disse...

Cidades, esses jardins zoológicos da espécie humana,que apesar das feras à solta, têm os seus mistérios e encantos...

Isamar disse...

Be
Vês as cidades, as pessoas, as coisas para além do que elas nos mostram. Observadora atenta, vais mostrando um quotidiano por onde nos movemos e que tantas vezes nos passa despercebido.

Beijinhos amiga

Bem hajas!

Teresa Durães disse...

na tuas mãos as cidades ganham uma beleza maior

A Lusitânia disse...

Bettips, continuarei a visitar sempre a tua cidade, habitada pelo teu olhar.
E as tuas pedras que, como diz o Álvaro Lapa, escondem sempre uma história qualquer.
Obrigada pelas tuas palavras.

Espaços abertos.. disse...

As cidades perante o teu olhar ganham vida,cor,movimento,um olhar de um património diferente.
Bjs Zita

Luna disse...

A vida palpita em cada poro da cidade

saudações

a d´almeida nunes disse...

Fui há dias a Lisboa. Não saí do aeroporto.
Para quando uma ida a Lisboa para passear a pé, aos lanços; de autocarro, paragem, andar a pé, repetir esta sequência n vezes.
Estou a precisar de viver mais Lisboa, sem pressas, olhar, ouvir, cheirar.
Que pormenores maravilhosos se podem captar.
Beijo
António

Fragmentos Betty Martins disse...

querida_______Bettips





.a





cidade




.que


amamos






que.nos.consome








mas






.que







amamos






até





o desgastar_____do colorido







nós.amamos______...






excelente!










beijO____C____carinhO

Mar Arável disse...

Um pulmão que não respira

porque não se pode ter tudo

em nenhures

dona tela disse...

Boa tarde,

Para dizer a verdade há por aqui muitas coisas que não entendo bem. A culpa é minha que sou muito pouco dada a leituras. Só agora que me meti na net é que percebo como isso faz falta.

Até um dia destes.

Manuel Veiga disse...

vestes sobrepostas. que oprimem a alma...

beijo

Ana disse...

A cidade, vista por ti, bettips, tem outros ângulos novos para mostrar. Casulos-mulheres-cinzentas-oblíquas, para além das borboletas-mulheres-coloridas-verticais!

Um beijo e obrigada.

Licínia Quitério disse...

Uma teia de solidões, mas também de encontros. Um dos muitos lugares dos homens.

Beijo.

Anónimo disse...

Transparentes...
O reflexo, a vida, o caminho...
Mas parece, pelo menos a mim, que ELAS sempre refletem mais.
Lindas fotos.
Bjs

tulipa disse...

ADORO CIDADES.
Não sou de Lisboa mas estou apaixonada por Lisboa; quando vou ao Porto apaixono-me pelo Porto...

Tenho uma postagem mesmo fresquinha no blog das minhas FOTOS.
Acredita que sou uma «vaidosa» com as fotos que faço, não sei explicar mas tenho gosto e dá-me um grande prazer fotografar.

Por aqui continua o teu talento para as palavras, sempre associadas a belas imagens.
Parabéns.

No outro blog tenho algo sobre cinema, se preferes, bora lá.

Bom fim de semana.

Deixo um beijinho c/carinho.

jorge esteves disse...

Gostei... da (branca) analogia!

abraços!

Ruela disse...

a Alma das cidades!




abraço.

teresa g. disse...

Sentir-se-ão seguras dentro dos casulos?

Tento imaginar...
:)

tufa tau disse...

casulo que nunca se rasgarão em asas