Cada vez gosto mais de cidades.E, como diz o L.Durrell, " a cidade é o nosso universo, se nela habita alguém que amamos" Cidade: traçado de solidões ou de solidariedades... Beijo
... trago as cidades no coração. Todas as que conheço e as outras. A minha cidade (onde nasci) não é minha: é de todos os que nela nasceram e dos outros. E as outras cidades (todas) também devem (deviam) ser património da humanidade. Era a única maneira de chegar ao Cairo (por exemplo) e exclamar "Ora cá estou na minha cidade!" Ou encontrar um egípcio no Marquês de Pombal a dizer-me com (exagerada) simpatia "Como a nossa Lisboa está bonita!".
Continua passeando nos lugares-cidades, continua captando a memória da cidade inexistente. Tantas cidades e gentes.
É preciso vestir as cidades. Vestir, vestir, vestir. A nudez da cidade é um túmulo esventrado, bairro de lata, favela, musseque, pátio, ilha, realojamento, suburbanidade.
Cheguei hoje, estou em Lisboa. Sei, reparei que tenho o nariz cheio de fuligem e de dentro vem o ronco bronquítico, os olhos avermelham-se, são pétalas de Maio atacadas pelo aranhiço vermelho da urbe. A fila é lenta, é segunda circular. Realmente parece que ando em círculos, os rostos dos condutores parecem-me estampas de um livro de campos de concentração.
Realmente a cidade é bela nos seus recônditos, nos jardins com árvores corcundas da poda camarária, e cristalinas fontes escorrendo águas captadas no longínquo bode e encanadas numa rede de tubos emparelhados com postes de muita alta tensão a correrem vertiginosamente loucos para a grande cidade ao longo das margens da A1. Aí há mulheres nuas, brancas como o mármore a destilarem pensamentos milénios a fio. São mamutes que o tempo apanhou nos blocos de gelo das grandes cidades.
É tempo de beber, de sentar-me no sofá e pegar no telecomando. O circo vai recomeçar.
Be Vês as cidades, as pessoas, as coisas para além do que elas nos mostram. Observadora atenta, vais mostrando um quotidiano por onde nos movemos e que tantas vezes nos passa despercebido.
Bettips, continuarei a visitar sempre a tua cidade, habitada pelo teu olhar. E as tuas pedras que, como diz o Álvaro Lapa, escondem sempre uma história qualquer. Obrigada pelas tuas palavras.
Fui há dias a Lisboa. Não saí do aeroporto. Para quando uma ida a Lisboa para passear a pé, aos lanços; de autocarro, paragem, andar a pé, repetir esta sequência n vezes. Estou a precisar de viver mais Lisboa, sem pressas, olhar, ouvir, cheirar. Que pormenores maravilhosos se podem captar. Beijo António
Para dizer a verdade há por aqui muitas coisas que não entendo bem. A culpa é minha que sou muito pouco dada a leituras. Só agora que me meti na net é que percebo como isso faz falta.
A cidade, vista por ti, bettips, tem outros ângulos novos para mostrar. Casulos-mulheres-cinzentas-oblíquas, para além das borboletas-mulheres-coloridas-verticais!
ADORO CIDADES. Não sou de Lisboa mas estou apaixonada por Lisboa; quando vou ao Porto apaixono-me pelo Porto...
Tenho uma postagem mesmo fresquinha no blog das minhas FOTOS. Acredita que sou uma «vaidosa» com as fotos que faço, não sei explicar mas tenho gosto e dá-me um grande prazer fotografar.
Por aqui continua o teu talento para as palavras, sempre associadas a belas imagens. Parabéns.
No outro blog tenho algo sobre cinema, se preferes, bora lá.
31 comentários:
Cada vez gosto mais de cidades.E, como diz o L.Durrell, " a cidade é o nosso universo, se nela habita alguém que amamos"
Cidade: traçado de solidões ou de solidariedades...
Beijo
Vestes de colorido as cidades
e elas bem precisam
... trago as cidades no coração. Todas as que conheço e as outras. A minha cidade (onde nasci) não é minha: é de todos os que nela nasceram e dos outros. E as outras cidades (todas) também devem (deviam) ser património da humanidade. Era a única maneira de chegar ao Cairo (por exemplo) e exclamar "Ora cá estou na minha cidade!" Ou encontrar um egípcio no Marquês de Pombal a dizer-me com (exagerada) simpatia "Como a nossa Lisboa está bonita!".
Urbano Legível
(Ex Rapaz de Lisboa)
abraço.
Mais um belo poema.
A cidade: cor. Casulos. Mulheres.
E tu... Tu sempre enigmática, mas de "vermelho vertical".
Como não houvera de gostar?
abr
zl
Querida Bettips,
Ouvirás no meu silêncio a voz da minha revolta, e decepção.
Beijinhos para ti, que nunca te esqueço.
Poeminha,poemão...gostei!
gestando almas ~
Os eucaliptos de uma cidade que, em pequenos laivos, parece uma província.
Continua passeando nos lugares-cidades, continua captando a memória da cidade inexistente. Tantas cidades e gentes.
É preciso vestir as cidades. Vestir, vestir, vestir. A nudez da cidade é um túmulo esventrado, bairro de lata, favela, musseque, pátio, ilha, realojamento, suburbanidade.
Cheguei hoje, estou em Lisboa. Sei, reparei que tenho o nariz cheio de fuligem e de dentro vem o ronco bronquítico, os olhos avermelham-se, são pétalas de Maio atacadas pelo aranhiço vermelho da urbe. A fila é lenta, é segunda circular. Realmente parece que ando em círculos, os rostos dos condutores parecem-me estampas de um livro de campos de concentração.
Realmente a cidade é bela nos seus recônditos, nos jardins com árvores corcundas da poda camarária, e cristalinas fontes escorrendo águas captadas no longínquo bode e encanadas numa rede de tubos emparelhados com postes de muita alta tensão a correrem vertiginosamente loucos para a grande cidade ao longo das margens da A1. Aí há mulheres nuas, brancas como o mármore a destilarem pensamentos milénios a fio. São mamutes que o tempo apanhou nos blocos de gelo das grandes cidades.
É tempo de beber, de sentar-me no sofá e pegar no telecomando. O circo vai recomeçar.
Beijinho, Betti.
Extraodinários os comments neste blog.
Só conseguimos amar as cidades se virmos para além do olhar. Se no olhos das pessoas lermos a vida que nelas pulsa. Tu sabes isso, claro.
Palavras e imagens caminahndo lado a lado. Bom para os olhos e para a alma.
Bom resto de semana.
Cidades, esses jardins zoológicos da espécie humana,que apesar das feras à solta, têm os seus mistérios e encantos...
Be
Vês as cidades, as pessoas, as coisas para além do que elas nos mostram. Observadora atenta, vais mostrando um quotidiano por onde nos movemos e que tantas vezes nos passa despercebido.
Beijinhos amiga
Bem hajas!
na tuas mãos as cidades ganham uma beleza maior
Bettips, continuarei a visitar sempre a tua cidade, habitada pelo teu olhar.
E as tuas pedras que, como diz o Álvaro Lapa, escondem sempre uma história qualquer.
Obrigada pelas tuas palavras.
As cidades perante o teu olhar ganham vida,cor,movimento,um olhar de um património diferente.
Bjs Zita
A vida palpita em cada poro da cidade
saudações
Fui há dias a Lisboa. Não saí do aeroporto.
Para quando uma ida a Lisboa para passear a pé, aos lanços; de autocarro, paragem, andar a pé, repetir esta sequência n vezes.
Estou a precisar de viver mais Lisboa, sem pressas, olhar, ouvir, cheirar.
Que pormenores maravilhosos se podem captar.
Beijo
António
querida_______Bettips
.a
cidade
.que
amamos
que.nos.consome
mas
.que
amamos
até
o desgastar_____do colorido
nós.amamos______...
excelente!
beijO____C____carinhO
Um pulmão que não respira
porque não se pode ter tudo
em nenhures
Boa tarde,
Para dizer a verdade há por aqui muitas coisas que não entendo bem. A culpa é minha que sou muito pouco dada a leituras. Só agora que me meti na net é que percebo como isso faz falta.
Até um dia destes.
vestes sobrepostas. que oprimem a alma...
beijo
A cidade, vista por ti, bettips, tem outros ângulos novos para mostrar. Casulos-mulheres-cinzentas-oblíquas, para além das borboletas-mulheres-coloridas-verticais!
Um beijo e obrigada.
Uma teia de solidões, mas também de encontros. Um dos muitos lugares dos homens.
Beijo.
Transparentes...
O reflexo, a vida, o caminho...
Mas parece, pelo menos a mim, que ELAS sempre refletem mais.
Lindas fotos.
Bjs
ADORO CIDADES.
Não sou de Lisboa mas estou apaixonada por Lisboa; quando vou ao Porto apaixono-me pelo Porto...
Tenho uma postagem mesmo fresquinha no blog das minhas FOTOS.
Acredita que sou uma «vaidosa» com as fotos que faço, não sei explicar mas tenho gosto e dá-me um grande prazer fotografar.
Por aqui continua o teu talento para as palavras, sempre associadas a belas imagens.
Parabéns.
No outro blog tenho algo sobre cinema, se preferes, bora lá.
Bom fim de semana.
Deixo um beijinho c/carinho.
Gostei... da (branca) analogia!
abraços!
a Alma das cidades!
abraço.
Sentir-se-ão seguras dentro dos casulos?
Tento imaginar...
:)
casulo que nunca se rasgarão em asas
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