quinta-feira, junho 12, 2008

Para adormecer (disto, mais futebol/petróleo)








"Marchavam agora alegremente, ouvindo cantar os passarinhos e admirando as maravilhosas flores que cobriam o campo, como um tapete. Havia-as de todas as cores - brancas, azúis, amarelas - misturadas com grandes maciços de papoilas encarnadas, de uma cor tão viva que Dorothy quase não as podia fitar.
- Não acham que são lindas? - perguntou a pequenita, aspirando o aroma fortíssimo das flores.
- Acho! - respondeu o Espantalho Errante - Quando tiver cérebro hei-de apreciá-las muito, com certeza.
- Se eu tivesse coração, era natural que gostasse muito delas - declarou o Lenhador de Lata.
- Cá por mim, sempre gostei de flores - disse o Leão Medroso - Mas na floresta não são tão belas como estas.
Havia cada vez mais papoilas.
A certa altura encontraram-se num campo inteiramente coberto delas.
Ora, toda a gente sabe que estas flores, em grande quantidade, exalam um perfume tão intenso que faz adormecer quem o aspirar. E, se não a retiram dali, essa pessoa arrisca-se a nunca mais acordar ...Por isso lhe chamam também dormideiras."

"O Feiticeiro de Oz" de L. Frank Baum, tradução de Maria Lamas (1946)
E não sei se bandeiras se papoilas me resultam no pensamento: certo é que prefiro adormecer nas flores.

48 comentários:

jlf disse...

Bom regresso.
Merecido descanso.

Já vi: calcorreias montes e várzeas, estradas e veredas atrás da natureza deslumbrante na sua luxúria...
Mas como consegues andar nesses tapetes de flores sem as pisares?

Abraço
zl

Madalena disse...

"prefiro adormecer nas flores".
Lindo.

Como lindas as fotos e o teu regresso.

Bjs. :)

dona tela disse...

Deram-me uns bons conselhos.

Os meus respeitos.

mena maya disse...

Bettips,
sabes que antigamente, aqui na Alemanha, se davam sementes de papoilas às crianças para dormirem bem?
Ainda hoje se comem pãezinhos com essas mesmas sementes.

Magníficos estes campos em flor que levaram Betty, em sonho acordado às aventuras do Feiticeiro de Oz...

A Lusitânia disse...

seara eu fosse,
para nos teus cabelos entrançar espigas, ao luar
ficaria o céu brilhante
tu de cor de prata,
o trigo de oiro mate.
até já

Licínia Quitério disse...

Estandartes, gritos, clarões...
São um deslumbramento estes campos pincelados de flores.

Beijinho.

Era uma vez um Girassol disse...

Vim a correr espreitar os girassóis, aqui de braço dado com as papoilas, igualmente bonitas!!!
Muito bem conseguido este post, com um excerto do Feiticeiro de Oz...!!!!
Igualmente a minha preferência vai para as flores e nelas adormecer como tu!
Obrigada por também dedicares este texto a este simples girassol...
Bjinhos

jawaa disse...

Já tinha encontrado um cheirinho no PPP ou na M., já nem sei.
Lindíssimas como sempre as tuas flores dos campos e da escrita.
Também gostei de andar mais abaixo, passei pelos campos de Pessoa e desci até uma imagem longe e bela.
Tenho andado um pouco afastada destes lugares que me enchem os dias de belezas.
Um abraço

Filoxera disse...

Boas fotos, de belas paisagens.
E xô futebol, xô petróleo!
Beijos.

Manuel Veiga disse...

flores perigosas. as que encantam. com seu perfume e beleza...

como as tuas!

Anónimo disse...

Gostei imenso desta associação literária e fotográfica, de grande qualidade, como aliás é normal e timbre deste sempre interessante blogue, que visito com muito prazer e agrado. Boa semana com tudo de bom.

Justine disse...

Adormecer com flores, acordar com "pedradas" ou com ciclones :)) Assim se vai equilibrando a vida!

Maria Laura disse...

Entendo bem esse desejo. Também andei por terras de papoilas e girassois e de planícies a perder de vista. Que vontade dá de esquecer tudo o resto!

M. disse...

Fotógrafa impressionista...

A Lusitânia disse...

Repito, neste teu lugar ...
quem assim consegue ver, olhar, e
ainda assim ter
do segundo um tempo que ficará
para a Eternidade dos lugares
quem assim consegue ser
só pode dormir em camas doces
de papoilas e do trigo a vergar
a acamar
dorme bem com o melhor luar
linda!

Mar Arável disse...

Se as papoilas fossem pão

distribuia-as

mas assim

limito-me a soprá-las

para os olhos ganharem asas

Maria disse...

Não adormeço nas flores para não as machucar. Prefiro abraçar-me à terra...

Excelentes fotografias, Bettips

Beijinho

angelá disse...

Eu também, sem dúvida, bettips!

bjinho

angelá disse...

desculpa, esqueci-me de dizer:
eu também prefiro adormecer nas flores:)

teresa g. disse...

Dá vontade, não é?! Uma coisa temos vantagem por estes lados, desligando a televisão conseguimos esquecer-nos disto. Bem, no fim dos jogos também não escapamos às buzinadelas...

É bom, sim, fugir por estes campos floridos, lindos!

Agora um pouquinho de má língua: não é verdade que andam por aí muitos Espantalhos Errantes?! (é feio, mas de vez em quando sabe bem!)


Beijos

Lola disse...

bettips,
Obrigada pela visita casual ao Blogato.

Já aproveitei a ideia das pinturas do Charles Wysocki, que não conhecia.

E as papoilas dos campos da minha infância, vermelhas e frágeis.

Os sonos/sonhos do Feiticeiro de Oz.

Os nossos sonhos/sonos.

Beijinhos

Isamar disse...

Um mar de cor é o que observo sempre no teu blogue. As flores de que tanto gostas exalam um perfume que nos seduz. Quanto às papoilas são lindas ! E as palavras escolhidas em sintonia com as imagens.

Beijinhos

Frioleiras disse...

que inveja me fazes

..........passear no campo

como adoraria...

Meg disse...

Minha Bettips,

São largos os caminhos que nos levam aos girassóis. E a tantas outras coisas. Mas há vielas apertadas e e nós, muitos nós...
mas esses teus espaços não têm armadilhas, por aí me perco sem me percatar... de armadilhas nem alçapões! Adivinhas-me? Tenho quase a certeza.
Bjs

Alien8 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alien8 disse...

Bettips,

Deliciou-me esta evocação/invocação do Feiticeiro de Oz, decorada com excelentes e floridas fotos.

Bom gosto e bom senso, para usar uma frase/título comum, mas que me apetece empregar agora.

Pelas Recordações.
Pela Terra do Nunca.
Pelas Amizades.
Pela saudável Loucura.

Deixo-te um abraço.

P.S.: O comentário apagado é meu: gralha... :)

Rui Caetano disse...

Os tapetes da natureza encantam a vista e deliciam as nossas sensações todas.

Paulo disse...

O Feiticeiro continua a encantar.

Anónimo disse...

Olá
Adorei estas flores...
Andei pelo Porto, e por Veneza...e por aí... agora mesmo sinto saudade dos campos.
Bj
Isabelua

dona tela disse...

O que é esta história dos irlandeses?

Desculpe incomodar.

margarida já muito desfolhada disse...

acho que já andamos bastante "adormecidos".

nunca li o livro nem vi o filme. talvez uma grande falha minha.

teresa g. disse...

Acabei de ouvir uma notícia na tv: o nosso governo quer construir mais 100 campos de golfe até 2010 para atraír turistas endinheirados. (A água, que a poupem os agricultores, claro).

Venho corrigir o meu comentário lá em cima: não é má língua.

Grrr! Tinha que desabafar.

Bjinhos (e venham muitas metáforas!)

Ruela disse...

bom conselho ;)

jorge esteves disse...

Hoje as dormideiras já não são papoilas!...


abraços!

APC disse...

Bom saber que andamos floridas! :-)
Que belo momento de embalar!...

Tenho desculpas a pedir. Pelo tempo ausente e demissivo que ainda se vai manter assim. Todavia, como hoje me sobrou um tanto, achei de o usar da melhor forma.

Posso levar uma flor desta tua est�ria? Deixo-te colher uma � escolha da minha valsa! ;-)

Beijinhos, pois!

Teresa Durães disse...

há muito não recordava O feiticeiro de OZ

Alberto Oliveira disse...

... ah! estas associações sobre o pontapé na bola e o adormecimento provocado pelas papoilas tem muito que se lhe diga e, daria mangas (e o resto do fato) para um tratado da arte de bem perceber o que se vai passando na cabecinha sem miolos de muitos "espantalhos errantes" que por aí andam. Mas o tempo foge-me, o sono aperta e amanhã, pela manhã, tenho de levar ao vizinho de cima, a sua bandeira portuguesa (enorme!) que me caiu no estendal da roupa. As coisas andam assim. E por agora é apenas o símbolo luso. Espero bem que um destes dias não me entre a pátria pela casa dentro e eu sem saber o que fazer a tantas camisolas, calções e chuteiras...

abraço.

Anónimo disse...

Fica provado que o Feiticeiro do Oz é para todas as idades e todos os tempos. Lá, como cá, o excesso de encarnado adormece...

Madalena disse...

Vim à procura de mais fotos e anti-petróleo (deixa lá a selecção ganhar, o pessoal já não se distrai tanto só com circo) e deixar-te um beijo carinhoso. Senhora dos Sentires à flor da pele.

:)

Alexandra disse...

Que bela pintura de palavras, cores e perspectiva!!

1 bjoca. :)

Manuel Veiga disse...

beijo

CESAR disse...

Olá.

Fantástico!
Adorei o blog. É bonito, parece-me esta a palavra mais adequada para o descrever.

Magnífica a obra literária referida.
E as fotos têm uma qualidade enorme.
Muitos parabéns.

Beijo

Licínia Quitério disse...

Olha, os rapazes perderam o campeonato. E agora? Vão pôr o estandarte de luto? Ou vão fazer exames finais que agora parece que são "de caras"?

Os tempos vão maus. Vamos, malgré tout, falando de flores...

Beijinho.

rui disse...

Olá Bettips

Estamos anestesiados pelo futebol e paralisados pelo petróleo!
É preciso ter cuidado com as dormideiras!

Abraço

Alberto Oliveira disse...

... marchavam agora cabisbaixos no regresso a penates sem honra nem glória e nem as bandeiras lhes alegravam os olhos. Dorothy não se conformava "O que achas que correu mal, Espantalho?". Ele, sem parar, assobiou uma curta melodia para o ar e respondeu "Tudo nos corre mal, minha linda e ainda não foi este Feiticeiro que nos valeu... " O Lenhador -ferrenho apreciador de futebóis, com enorme latosa, intrometeu-se "E se falássemos de coisas sérias e deixássemos a bola descansada?" O Leão, temendo que viessem à baila as "papoilas saltitantes" atalhou "Cá por mim, fazíamos uma paragem e íamos beber uma cervejinha que o calor aperta". E foram. E já sonhavam com os Jogos Olímpicos que estão aí não tarda... *

*Onde Portugal tem uma representação de cerca de oitenta atletas. Desta vez não haverão tantas bandeiras nas janelas mas a emoção continua. Vaticinam-se três a quatro medalhas e -pelo menos, uma medalha de oiro com direito a hino e muitas lágrimas. Pelo sim pelo não, eu sorrio, que ainda é o melhor remédio...

Abraço.

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

É a ressaca.

Agora é dormir durante mais quatro anos.

Depois podem voltar as papoilas rubras e as largas folhas verdes dos girassóis, curiosas esferas armilares do nosso desejo.

Quatro anos para o feiticeiro aprender a falar português. Só então poderá descer aos balneários.

Dos balneários sairão cortinas de nevoeiro por onde aparecerão os nossos rapazes a restaurar o quinto império.

nana disse...

TANTO obrigada por TUDO isto





..

Unknown disse...

9º CONCURSO DE LITERATURA DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CANOAS (RS)

A Fundação Cultural de Canoas (RS) promove o 9º Concurso de Literatura - Conto, Crônica e Poesia, com entrega dos trabalhos até 31 de julho de 2008, SEM TAXA DE INSCRIÇÃO. O primeiro lugar de cada gênero receberá 100 exemplares da coletânea a ser editada, o segundo 50 exemplares, o terceiro 30 exemplares, e as menções honrosas 5 exemplares. Todos os participantes receberão certificado de participação. O regulamento e a ficha de inscrição estão no site www.fundacan.com.br ou pelo fone/fax (51) 3059.6938. Os trabalhos premiados estarão integrados à coletânea SEM NENHUM ÔNUS.

Clara Forell
Assessora Cultural da FCC

1. REGULAMENTO

1.1 - Poderão inscrever-se autores do Brasil e de qualquer nacionalidade, desde que enviem o texto em português (Brasil) nos gêneros conto, crônica e poesia.

1.2 - A Fundação Cultural de Canoas receberá inscrições ao Concurso até o dia 31 (trinta e um) de julho de 2008, em sua sede, localizada na Av. Victor Barreto, 2301, Canoas/RS- Brasil, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, ou através de correio postal.

1.3 - Cada candidato poderá concorrer com até 2 (dois) trabalhos de cada gênero, não sendo permitidos trabalhos já publicados (inclusive na internet) ou premiados, nem serão aceitos plágios de outros trabalhos. O responsável por plágio será desclassificado e, se premiado, obrigado a devolver o prêmio que tiver recebido.

1.4 - Os trabalhos, em três vias, papel formato A4 (297 x 210) com título, páginas numeradas, rubricadas e sob pseudônimo, em fonte Times New Romam, corpo 12, espaço interlinear 1,5. Os trabalhos deverão ser enviados em envelope fechado.

1.5 - Um CD com o respectivo arquivo gravado em formato .doc (Word) deve acompanhar os trabalhos. (Todos no mesmo CD).

1.6 -Um envelope anexo, opaco e rigorosamente fechado, conterá externamente, o pseudônimo do concorrente e o título do trabalho; internamente, a ficha de inscrição com o nome completo e verdadeiro, o número da Carteira de Identidade, CPF, endereço, local e data de nascimento do autor, juntamente com um breve currículo. Na ficha de inscrição deverá constar a assinatura do concorrente autorizando a Fundação Cultural de Canoas a publicar coletânea com o(s) trabalho(s) do autor, caso seja premiado.

1.7- Para os trabalhos enviados pelo correio considerar-se-á, para efeito de atendimento ao prazo de encerramento das inscrições, a data da postagem. A Fundação não se responsabilizará por extravio ou danos por acondicionamento inadequado ou incorreto de qualquer original.

1.8 - Os originais não serão devolvidos.

1.9 - No caso de usar o correio postal, enderece para Fundação Cultural de Canoas, Av. Víctor Barreto, no 2001, CEP 92010-000, Canoas, RS, Brasil.

2. SELEÇÃO E PREMIAÇÃO

2.1 - Os trabalhos serão avaliados até 2 (dois) de setembro de 2008, por uma comissão formada por 3 (três) escritores ou estudiosos de cada um dos gêneros literários, indicados pela Fundação Cultural de Canoas.

2.2 - A comissão terá liberdade de julgamento, sob os aspectos técnicos e estéticos dos trabalhos, sendo-lhe facultado negar a concessão de prêmios, desde que não encontre, nos trabalhos inscritos, méritos suficientes para a premiação.

2.3 - A premiação consistirá no seguinte: O primeiro colocado de cada gênero receberá 100 (cem) exemplares da coletânea que será editada com os trabalhos premiados; o segundo, 50 (cinqüenta); o terceiro 30 (trinta) e as três menções honrosas de cada categoria, 5 (cinco) exemplares. Todos os participantes receberão certificado de participação.

2.4 -Independente da premiação geral do Concurso, serão concedidos mais três prêmios: 10 (dez) exemplares da coletânea para cada autor canoense que apresentar o melhor trabalho em conto, crônica e poesia.

2.5 - O resultado geral será divulgado pela imprensa, pelo www.fundacan.com.br na página destaques. Os premiados serão cientificados através de correspondência, e os prêmios serão entregues até janeiro de 2009.

2.6 -Não poderão concorrer pessoas que exerçam cargos ou funções na Fundação Cultural de Canoas.

2.7 -A entrega dos originais ou sua remessa juntamente com a ficha de inscrição, implicará na aceitação, por parte do concorrente, de todas as normas do presente Regulamento.Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora.