sábado, março 24, 2012

Ampulheta








Mesmo que eu fosse de bronze mármore ou de pau mas tivesse sangue nervos e ossos,
ainda assim sentiria as dores,
debruçada nos desenhos (meus) mentais, reconstruindo as histórias em contornos imprecisos,
usando a areia do tempo antigo,
do Molhe, do Castelo do Queijo, de Salgueiros, da Aguda, de S. Pedro de Moel.

E tantas outras que ficam a sul de mim.

(de não haver interlocutor desses recuados anos mas e apenas camélias
- e um monte difuso de roupa que não usamos mais)

9 comentários:

bettips disse...

Não estou capaz de escrever com e para. Outros. Estou assim, pensando e escrevendo para mim. Espero voltar, com o tempo, a ter o gosto de "vos" ler e comentar em lugares vossos.
Gosto sempre de saber de quem me sabe ou imagina. Mas é fresca a mancha, pousada e imóvel a nuvem. Chove-me, silenciosa, aquela chuva miúda e cinzenta dos novembros, mal dando pelo que a primavera trouxe já há meses de seca.
Obg

lino disse...

Lindos, texto e imagens!
Beijinho

jrd disse...

Gosto da maneira como medes o tempo, o teu que é também o meu e o de muitos que fomos e somos.

Abraços

mfc disse...

Que bem que falaste do tempo e de alguma solidão!
Pouco resta sim, mas o que resta somos nós... e somos importantes!

Beijinhos.

Justine disse...

Ficam as memórias,que te afundam o luto. Tens de viver o luto, minha amiga.
O abraço amigo e forte

Manuel Veiga disse...

somos as memórias que carregamos. e os afectos que cultivamos...

... tudo o mais não resiste ao sopro da brisa nos dedos.

beijo

Mar Arável disse...

Nos grãos de areia

a eternidade das dunas

Filoxera disse...

Sempre fabulosas, as tuas iamgens...
Beijos.

M. disse...

Assim se constrói e se esvai a vida. Muito belo o teu dizer dessa realidade. O sofrimento humaniza-nos.