Sobre a morte silenciosa da árvore:
Não estava podre: o cheiro doce e seco da madeira, as marcas do seu crescimento durante estes 40/50 anos, não enganam. Apenas alguns ramos deveriam ser podados.
A um recanto do largo, servia também para esconder a sujidade e abandono do quarteirão de casas emparedadas há décadas. Que a essas ninguém incomoda, sendo propriedade privada, mesmo sob o olhar público...
Em frente e ao lado da rua, cortaram os ciprestes secos: na sanha municipal também foi cortado um carvalho novo, pequeno, humilde nos invernos, glorioso nos outonos.
O "serviço público" precisa duma capa - e como diria uma canção antiga "com essa capa, destapa" a desinformação, o descuido, a prepotência.
A denunciar, pela doença do poder desenfreado que os corrói,
e se pega a muitos,
seriam os lugares criados para amigos, o saque instalado.
Todos os dias os vemos, mais ministério, menos mistério.
A abater só mesmo a desfaçatez e a impunidade: nunca uma árvore sã numa cidade cada vez mais vaga e envelhecida.
6 comentários:
E ver dá dor! Parecem corpos mutilados! Seria mesmo necessário?
Que cortem os braços do polvo que suga o sangue do povo!
A árvore da (dá) vida, mesmo de (a) quem lhe tira a dela.
Abraço
Quando não se sabe podar, corta-se tudo...
Que tristeza....
Uma vergonha!
Beijinhos
A palavra de ordem do poder é CORTAR, seja salários seja árvores...
Sempre me parece ouvir um choro quando se abate uma árvore. Serão as dores das seivas.
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