quarta-feira, abril 26, 2017

"Não"

Não é que não tenha (tantas) coisas a dizer/fazer.
Não as escrevo porque são demasiado evidentes, mesmo para 2 ou 3 pessoas que passem, por acaso. Com tanta informação cruzada e solta, muitas vezes nos/me chamam a atenção por coisas "escusadas"... e esta espécie de liberdade parece-me bastante facciosa.
Detenho-me nas mudanças enormes da cidade, mesmo o que julgava protegido, de lugares, por onde andei tantos anos. Melhoramentos? Nem por isso, há lugares completamente descaracterizados.
Um apontamento, apenas de passagem, do que num mês dei conta: o café Progresso será "gourmet", a Ordem do Carmo um hotel de 5 estrelas, uma casa com capela do séc. XIX é um wine-bar, o (meu)conhecido Conservatório aparenta ser um bnb ou coisa semelhante. Já há tempos tinha visto e lido sobre "A Brasileira".




É uma espécie de doença, ou dor, que me indispõe. O comércio desenfreado. O chico-espertismo.
Vejo e sinto o olhar: "os olhos das casas".

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

as sociedades actuais, mais do que nunca, estão hipotecadas a um deus-fetiche:
o dinheiro!

bj

Justine disse...

Betty, em Lisboa está a acontecer o mesmo: os bairros populares deixam de ter gente de Lisboa, empurrados para os subúrbios, e não tarda nada que na cidade apenas habitem estrangeiros; as velhas casas comerciais de mais de um século transformam-se em hostels ou restaurantes gourmets!! Etc., etc.!
As nossas cidades estão transformadas em parques temáticos, e nós em especímenes exóticos!
faz doer, sim!