segunda-feira, outubro 29, 2018

A Flor da Rosa

Uma das coisas pelas quais me dedico ao desafio PPP há tantos anos é, precisamente, levar-me pelas veredas do pensamento e recordações, viagens, artes e afins. Quantas lembranças e conhecimentos (me)descobri!
Esta era uma proposta minha, do mês que vai passando, "fotografando as palavras de outros", foto da Pousada Flor da Rosa, no Crato. As palavras são de José Saramago em "Viagem a Portugal", edição Círculo de Leitores, 1981, pág. 193:

"A Flor da Rosa, por isto e pelo seu peculiar envolvimento urbano, por uma certa atmosfera quieta e ausente, parece oferecida na ponta de uns dedos frágeis: rosa brava, flor que apesar do tempo não pode murchar: quem a viu não a esquece. É como uma figura que passa, a quem fizemos um gesto ou murmurámos uma palavra, que não nos viu nem ouviu, e por isso mesmo fica na recordação como um sonho."




Antigo mosteiro do séc. XIV, foi mandado construir pelo pai de D. Nuno Álvares Pereira. Do Crato se diz lugar de nascimento do próprio militar, de quem nos lembramos logo, pela evidência das suas qualidades de peleja com os semprieternos inimigos espanhóis. Pela sua arte e conquistas militares, li que ficou "dono" de quase metade do reino. Justiça lhe seja feita: tornou-se monge e renunciou à vida da corte, tornando-se "frei e pobre".
O imponente edifício, de primitivo estilo gótico, foi sofrendo transformações ao estilo renascentista e mudéjar. É agora uma Pousada (de luxo) pertencente à rede de Pousadas de Portugal.
Do luxo não me reza a história, embora goste (e muito) de o ver ou de o usufruir! E por isso, na passagem pelo Crato, se abordou a pousada, pedindo para a visitar, ou tomar qualquer coisa no bar, que é uma maneira que descobrimos de ver estas construções privadas, por dentro. Muito simpaticamente, o empregado que nos atendeu, serviu-nos um "aperitivo" e deixou-nos à vontade para percorrer as partes comuns e abertas.






De uma sobriedade notável a reconstrução das salas e corredores, aliás levada a cabo por um famoso arquitecto, Cassiano Branco.






Ah... depois há o encanto enorme dos horizontes!



...e Maio de andorinhas





De saída para o Crato, onde mal se parou que o tempo de passear aprendendo é sempre curto.

A estátua de Nun'Álvares na praça da Vila
(o passeio iria continuar e há tanto que ver à volta, este é só um apontamento sobre a fotografia da Pousada...)

2 comentários:

M. disse...

Bem apetecível.

Rosa dos Ventos disse...

Gosto muito de passar por lá.
A 1a vez estavam a iniciar a "recuperação", fiquei horrorizada quando vi tanto tijolo!
Depois habituei-me, conheço as áreas comuns e convenci um funcionário a mostrar-me um quarto..., gostei e gosto.
E também gostei de um simpático almoço que lá me foi servido!

Abraço