No facecoiso ando pouco. Vejo família, alguns amigos, o que fazem, algo do que pensam, algo do que vêem. Mas como aquilo é uma panelinha das américas, são todos conhecidos, estamos sempre a rir e a mostrar o que se diz, ou se parece, pensar. Mas há lembretes (Vê as tuas memórias de há X anos) que tantas vezes me surpreendem, confesso.
Hoje por exemplo, era uma foto (ah...como eu gosto de fotografias!) antiga, muito, já digitalizada aqui mas enterrada nas tantas pastas de outros tempos. Sei que era o caminho para o farol da Ponta do Altar, Ferragudo, assim solto, assim vermelho, assim agreste. Buracos negros das furnas por baixo do solo, ouvia-se o mar como um bicho enjaulado. Com solitários apartamentos ao fundo, "gaivota" se chamavam... Que memórias nunca faladas!
Dizia eu, há 11 anos:
"Havia um tempo e um lugar que já não existem
nem ele lugar como era
nem eu tempo como sou"
O comentário de J.E. agora, à recordação aparecida que eu recuperei. Um dos (poucos) conhecidos respondia, de uma forma inteligente, como um diálogo, palavras expressivas e de que gostei muito:
Porventura nem ele como olhavas, nem tu como julgavas
Parece-me que sim.
Uma vez, mais tarde, passamos pela aldeia ou vila? e perdemo-nos nos emaranhados das ruas. Visto no mapa nada está, nada é. É assustador o imenso casario, os caminhos cheios de "aldeamentos" e hotéis. Restam-me.. as fotografias e recordações.
Belas mas com um enorme distanciamento. Pungente.
3 comentários:
O Algarve perdeu o encanto dos tempos em que poucos andavam por lá!
É o "progresso" que nos tira essa visão idílica de paraíso perdido!
Abraço
Gostei daqui.
Voltarei com mais tempo.
Ao ler o início do teu texto, sabes de que me lembrei? De Karen Blixen: "I had a farm..."
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