Soube que morreu hoje a grandiosa actriz Dame Maggie Smith, com 89 anos. Começou o seu trabalho no teatro em 1952. Pessoas que admiramos e não conhecemos, a não ser pelas suas projeções no mundo da arte, teatro, televisão, cinema. Acompanharam, com a sua forma de estar e actuar, grande parte das nossas vidas.
Há um mês desapareceu-me a segunda das três graças, as que fomos nos anos 60/70, e depois ainda juntas, de pensamentos ou encontros, nas décadas decorridas. É como se o conhecimento delas persista, nas lembranças, nos gostos, nas vozes e nos sonhos.
Morre-se muito. Inapelável, a não ser nas memórias recorrentes. Neste caso - e faço esta junção de ideias porque nós vivemos em Londres - a Grande Senhora que tanto admiro trouxe-me as imagens desses tempos. Homenagem. Lugares. Onde lembro as minhas duas amigas que não verei mais. 1971/1973.
Rio Tamisa, Marble Arch, St. James Park e Cranley Gardens.
Tínhamos todas vinte e tal anos.
O que são agora, paradas nos anos, as duas que me faltam?
1 comentário:
Gosto imenso de Maggie Smith, uma senhora actriz. Para mim está viva, continuarei a vê-la nos filmes, porque sou fora de época e prefiro filmes antigos aos modernos; por mais que tente - e acreditem que tento sempre -, é rara a fita da actualidade que me apetece repetir. A maioria das histórias acho-as parolas, a representação não é marcante, coisa que subtil e com elegância, Maggie consegue. Vi vários filmes e até uma série apenas pela sua presença. É a homenagem que lhe presto.
A morte de amigos íntimos é outra coisa. Não a sofri ainda. Mas é tema que afasto da mente mal desabrocha. Sendo a mais velha, talvez sejam elas a sentir a minha morte.
Mas a vida também nos vai preparando para os buracos negros que sempre tem.
Bom domingo
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