domingo, agosto 10, 2025

Gata antiga

 

Quando reparei nas datas, já tinha sido o dia dedicados aos gatos. Porque há dias para tudo: vê-se que as altas esferas se preocuparam em lembrar-nos, da Terra, dos Oceanos, além dos dias dos santos e tal. 

Também vivi com gatos, de passagem, às soleiras das portas, nos telhados, com nomes, errantes e anónimos. O primeiro, em casa da minha tia avó, era preto e eu muito pequena, chamavam-lhe Miqui (só muito tarde descobri que seria Mickey???). Tivemos uma gata mal nascida, refugiada, magra e esquiva. Cabia num sapato! Viveu, engordou, gostava dos elementos masculinos cá de casa. Durante 16 anos. Sabia de tudo, quando havia crianças aqui e ela se escondia, até quando se faziam as malas para ir de férias. Deitava-se em cima da mala! A empregada vinha todos os dias falar-lhe e cuidar dela quando não estávamos. O trabalho e o preço de ter um gato bem cuidado é enorme. Quando ela morreu de velha decidi não querer mais nenhuma. Aqui em frente, na minha secretária estão duas fotos: da minha avó e o seu bisneto-filho-meu, e da Kitty. Fiz um livro de fotografias com "a vida" dela, ao mesmo tempo que via por elas as fases da nossa vida toda, quem estava e quem saiu. É isto que guardo. 


E a ideia que nós não os escolhemos, eles é que escolhem os donos. Uma citação que agora não vou procurar mas sei que a soube em inglês, nos meus vários livros sobre eles.

Encontrei depois: "Cats choose us; we don't own them". E ainda um postal antigo e divertido de um gato a dormir entre livros.

 

 

quinta-feira, agosto 07, 2025

As escolhas de Julho no PPP

Tão quente e tão diferente está o passar dos dias! Atrapalham-se, sobrecarregam-se. Estão estranhas, as pessoas, as coisas. Num instante se foram os meses de flores e cerejas. A seguir, só dias de excessos.

Em Julho, foram propostos "jogos", multiplicando à vontade as interpretações da nossa bela língua Portuguesa.

Dia 3 - Xadrez

Ative- me pelo mais simples apesar de achar que "há pano para mangas" com este desafio! Como cá por casa sempre se jogou, muito ou pouco (e até a feijões!), aqui vai um aspecto dos jogos que se vão fazendo, por brincadeira, que se vai tornando séria à medida que as idades avançam.

Dia 10 – Damas 

Como disse na semana anterior, esta é uma foto caseira dos jogos variados com que vamos entretendo e ensinando, uma menina pequena. O tabuleiro foi-nos oferecido há muitas décadas, talvez fins dos anos 60?, e conservámo-lo religiosamente, é lindo! 

Dia 17 – Malha 

Malha urbana ou parcelamento do solo. Ver, ou o mar, as nuvens, a paisagem que passa diante dos nossos olhos. A sensação de estar fora do mundo e das “malhas que o império tece”.

E esta veio agarrada à ideia, a partir do "eixo" do candeeiro sobrevoado, da malha, da cidade

Dia 24 – Eixo

Vertical e do imaginário. Esta foto tirada de uma arcada, do muito novo, do novo e do antigo.

Dia 31 – Cabra-cega 

Tirei-lhe o hífen original e inventei, escolhendo duas fotografias com o mesmo: a cabra-mãe e a estátua-cega. Como se fosse um jogo de palavras.



Das minhas escolhas variadas, sobraram estas:




Este entretimento que tantas vezes me faz viajar no imaginário.

O passado é como uma muleta para um pensamento claudicante na mudez da época, uma perna que falha no dia a dia. Para não cair.