Escoa-se o mês tão bonito, Setembro dos frutos e cores, no desmaiar do ano comum.
A imaginação das pessoas que semana a semana nos acompanham, não cessa de me admirar. Com os nomes dos livros, fizeram-se associações e fotos maravilhosas!
Começamos com regularidade já em 2006... fomos muitos, ficamos nós; e somos sempre surpreendentes, de imaginação, de cortesia, de ideias partilhadas. Um gosto!
Dia 21 –“Uma noite em Lisboa”, de Erich Maria Remarque, publ. 1962
Apenas recordações de Lisboa, muitos dias e muitas horas. Como se diz a propósito do livro que refiro “terra de todos e de ninguém”, cidade que era o fim ou o início das viagens dos fugitivos da II Guerra Mundial. E porque me parece uma característica de Lisboa tão actual, com os seus fluxos e refluxos de outras guerras ou outros interesses.
Dessa cidade que conheci tarde da vida, apenas de relance e em Outubro de 1968, haveria de juntar mil e uma, muitas mil, imagens. Cuja relação causa/efeito daria um livro de memórias, décadas seguidas. Com amigos e com família. Com museus e ruas, com jardins, com parques, com comidas diferentes, com escadas e vielas: com amor.
Sabia que era branca e azul. Nunca pensei que o meu coração batesse lá, que desde há anos veja o Meteo para saber como está o tempo no lugar dos meus mais queridos. E quase me sinto desterrada aqui: longe de amores maiores. Não posso, pois, ir buscar mais fotografias que me dão tanta saudade...
Dia 28 – “Por quem os sinos dobram” - Ernest Hemingway, publ. 1940
Esta frase da adolescência em que os livros eram, para mim, como o forro do futuro. E um refúgio para dias isolados. O tema do romance, a Guerra Civil Espanhola, refere a citação de um poema de John Donne (1572-1631): “Não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti.” A fotografia é da simplicidade da Igreja Matriz de Marmelar. Terra de oliveiras, símbolo de paz.
Esta igreja era em Vaqueiros, sobre a alvura das casas,
... e a inquietação das cegonhas
Esta entre sobreiros, sem sino, apenas o espaço, em S. Pedro-de-vir-a-corça, Monsanto.
E finalmente, aquela que prefiro pela sua singularidade. Ali na fachada lhe nasceu uma oliveira: em Amareleja
São lugares apaziguadores. E todas guardam segredos e tradições. Quem sou eu para as questionar: apenas lhes rendo homenagem, à beleza e às intenções.
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