sábado, janeiro 19, 2013

Poeta Luminoso


Faria 90 anos hoje, Eugénio de Andrade.

Ouvi-lo é voltar ao amor-cristal, à criança-sede, aos medronhos, à suavidade do tacto.




Cemitério Inglês

Aproximas-te da terra. Agora mais.
De olhos fechados contemplas uma pedra.
Pequena. Inabitável. Quase branca.
A perfeição seria se fosse água.
(Uma criança como nos sonhos canta.)

Do livro Antologia Breve, da Moraes Editora, 1980

8 comentários:

Justine disse...

Lê-lo é entrar no tempo luminoso da poesia e esquecer, por momentos, a fealdade do mundo e dos homens.
Obrigada pela oferta e pela tua sensibilidade:))Soube bem...

lino disse...

Belo poema!
Beijinho

jrd disse...

Eugénio disse que as palavras estão gastas. Mas quem acredita!? As dele nunca!

Abraço

Mar Arável disse...

O nosso Eugénio

sempre vivo

Manuel Veiga disse...

Poesia cristalina - água da nascente bebida na concha das mãos.

abraço

Rosa dos Ventos disse...

E como eu gosto da sua poesia!

Abraço

M. disse...

Uma beleza!

jrd disse...

«Não chove ainda mas a terra
na sua amarelenta e fria cor
cheira já a chuva (...)» EA