Faria 90 anos hoje, Eugénio de Andrade.
Ouvi-lo é voltar ao amor-cristal, à criança-sede, aos medronhos, à suavidade do tacto.
Cemitério Inglês
Aproximas-te da terra. Agora mais.
De olhos fechados contemplas uma pedra.
Pequena. Inabitável. Quase branca.
A perfeição seria se fosse água.
(Uma criança como nos sonhos canta.)
Do livro Antologia Breve, da Moraes Editora, 1980
8 comentários:
Lê-lo é entrar no tempo luminoso da poesia e esquecer, por momentos, a fealdade do mundo e dos homens.
Obrigada pela oferta e pela tua sensibilidade:))Soube bem...
Belo poema!
Beijinho
Eugénio disse que as palavras estão gastas. Mas quem acredita!? As dele nunca!
Abraço
O nosso Eugénio
sempre vivo
Poesia cristalina - água da nascente bebida na concha das mãos.
abraço
E como eu gosto da sua poesia!
Abraço
Uma beleza!
«Não chove ainda mas a terra
na sua amarelenta e fria cor
cheira já a chuva (...)» EA
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