*Não conheço "bea" a não ser de passagem por um blogue com árvores e dias. Agradeço a atenção que me dispensa e o que (se dá ao trabalho de) escreve. Concordâncias à parte, visto que "apenas" somos pessoas no etéreo, digo que as árvores fizeram sempre parte da minha natureza. Tenho de memória, a configuração das árvores luxuriantes que rodeavam os jardins dos ricos e que eu via à distância. Com 3/4 anos as recordo exactamente como eram. Do Largo de Carlos Alberto, em tempo de escola primária, relembro as enormes tílias, retiradas "por causa dos carros".
Aliás, foi contra o cimento sistemático que invadiu as mentes portugas, que me insurgi e fiz a primeira intervenção aqui, na internet, sobre o movimento da conservação com jardins na Avenida dos Aliados, e sobre a recuperação do edifício do Bolhão.
Mais de 40 anos, esteve "a minha árvore" na rua, um ácer negundo, ao alcance da mão. Como me ocorria pensar, era por ela que sabia das estações do ano.
Tal dia estava frio mas sol, e era Novembro:
Foi podada uma única vez, foi arrancada há poucos anos apesar de estar viva e de saúde. Substituída por japoneiras pequenas e, agora, por CIMENTO. De ambos os cortes, escrevi para a "câmara", sem nenhum resultado visível.
*Conheço Isabel, a sua interioridade, o seu gosto por livros e plantas, visito-a às vezes. Gosto sempre da sua delicadeza de maneiras!
*Deste país, tenho o desgosto da falta de gosto.
Os milhares de fotografias, até antes da digital, são as linhas por onde me inscrevo, sempre: pormenores e gente amada, horizontes de mar, pedras, natureza, campos e montanhas, árvores, museus. Faltam a música e os livros que foram minha companhia.
*Este lugar não é um diário, nem palco de representação, é livro de apontamentos, conforme ideias me surgem, enganchadas umas nas outras, como as cerejas.
*As fotografias de oliveiras do Alentejo que aqui tinha digitalizadas, têm mais de 20 anos. Sei que muitas foram vendidas como pitéu decorativo para outros sítios e que pouco se falou nisso. Sei que muitas foram arrancadas em tempo de "cavacos" e outros, au fur et à mesure da UE. Vejo desenrolarem-se na paisagem, especialmente a sul, as milhares de plantações intensivas que esgotam a terra.
Das velhas oliveiras do Alentejo, estimo que as que estiveram e estão, permaneçam. Das outras árvores que resistem, longa vida lhes desejo.
Tal como pessoas.
4 comentários:
Tal como pessoas, pessoas sem apoios nem padrinhos, as árvores estão a ser mortas. Porque dá menos trabalho, porque são apenas árvores, porque não se queixam - e mesmo que se queixassem...
Habituei-me a ver as árvores crescerem aqui junto de mim, e hoje são companheiras com quem converso. Por isso percebo a tua indignação que é a minha indignação.
Há quem esteja, impunemente, a destruir o planeta matando árvores
Na minha escola cortaram uma palmeira, que fazia parte das minhas recordações de infância, porque era junto dela que me sentava,no intervalo, quando andava na escola primária. No ano passado,um dia (creio que depois de umas férias) cheguei à escola e estava cortada. Disseram que foi por causa da doença que andou nas palmeiras. Não sei se foi esse o motivo, porque o tronco depois de cortado parecia bem saudável...
Não imaginam como me doeu ver a"minha" velha palmeira cortada!
Custa-me imenso ver cortar árvores.
Beijinhos e uma boa semana:))
Uma dor de alma!
E até edifícios com história são derrubados para se fazerem parques de estacionamento!
Abraço
Pois é, já nos encontrámos no blogue dias com árvores. Nem sequer me lembrava disso:). Um blogue interessante.
Os homens deviam ter alma índia e respeitar a natureza por considerá-la família. O Papalagui afirmava que as árvores eram suas irmãs. Tudo que foi posto no mundo connosco é objecto de respeito. O planeta agradece e a nossa sobrevivência também.
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