Os conhecimentos daqui, de um mundo apenas de imagens e palavras escritas: lugar surdo-mudo.
Raramente sou capaz de os apagar, aos blogs que aqui permanecem ao lado, muitos deles inactivos há alguns anos. Porque 2020-2006=14 anos por aqui, a olhar-me e a olhar as pessoas, é muito tempo.
Na adolescência ou na velhice. Os anos entre elas (14-60) escorregam devagar, de tantas ocupações, trabalho, filhos, amigos, saídas, doenças.
Viraria o meu número de anos ao contrário, sim. E faria a maior parte das coisas de diferentes maneira. Não pretendo "achar" que não me arrependo de nada, pelo contrário: repensar é refazer.
Vozes sem voz que enchem o meu silêncio como os pássaros enchem o espaço.
Da nascente à foz.
Por eles, blogs e escritos, vou a outros, ligados que são pelos meus gostos.
Reparo uma vez mais que são geralmente lugares de árvores, de plantas, de viagens, de jornalismo independente, de notícias de livros, música, literatura. Fios a que me deixo agarrar, pessoas atrás dos nomes que se calhar nem nunca me visitaram nem traço deixaram. São as minhas referências nestes anos últimos.
Ainda não foi desta vez que "os arrumei".
8 comentários:
bettips, se não lhe pesam, deixe-os ficar. Adormeceram. Mas, em algum momento, estiveram despertos.
E o que diz sobre este mundo de surdos-mudos é muito bonito. Os surdos-mudos também existem e têm lugar:). E são-lhe gratos. Pode crer.
Tens sempre tanta coisa para dizer... Notável.
O mundo subterrâneo das afinidades, das amizades possíveis, dos surdo-mudos que de repente podem ganhar voz e ouvir o mundo!
Parabéns, e vamos em frente!
Do ventre até à foz
tudo se move
Uns já não estão connosco, relembro o Alien8, o Sérgio (fotógrafo). Nunca conheci o Sérgio a não ser daqui e o que custou-me quando morreu, não falando do Alien8. Estou aqui desde 2005, há 15 anos, uns tempos afastada por motivos de doença, depois com pouca presença pelo mesmo motivo. Agora recuperei, finalmente, espero permanecer assim. E visitar-vos mais vezes. Bj
2005-6 foi realmente uma época notável. Passou uma década e meia e os blogues lá se aguentaram, maugrado a inovação de novas formas de comunicar via internet (vlogues, redes sociais, youtube, ...). Por detrás, estavam pessoas que se conheciam, que se encontravam e que almoçavam juntas. Tinham o gosto da escrita e da fotografia. Alguns publicaram em papel. A loucura era permitida e não havia os trolls em que nos convertemos no FB. Também me lembro saudosamente do Alien, passou-se bem jovem! Depois, os encontros espaçaram-se, as publicações também e eu tornei-me num velho eremita irritado. Vou acompanhando, mas poucas vezes comento. Parece-me que a blogosfera se está a tornar opaca, a pintar de sépia como as fotografia da minha avó. É curioso teres evocado esse facto. Espevitou-me.
Beijos
Rui: há gente que nunca se esquece, mesmo não estando "ao lado" e tendo o blogue fechado. Há fotografias da alegria, há palavras. Há sempre pontes para os procurar, em lugares habituais que se frequentam, ao fim de tantos anos.
Abraço
O meu nasceu em 2006 e depois de um intervalo do início de 2015 ao final de 2018 voltei e por lá estava a maioria.
Infelizmente já perdi amigos virtuais e físicos, outros apagaram-me...morri para eles, mas por aqui vou andando!
É sempre um prazer passar por aqui!
Abraço
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