Num repente e para não procurar "os meus seres" por esta floresta de fotografias... escolhi a mais próxima para a última semana do passatempo visual e de palavras:
Quando era (muito) pequena, passava tempos infinitos a reparar nos formigueiros. Muitas vezes coloquei uma gota, uma migalha, nos carreiros, para ver como contornavam o obstáculo, como carregavam um pedaço muito maior de que elas para os seus buraquinhos escondidos. Os meus olhos estavam tão perto do chão… Mais tarde, quando aprendi a fábula “A cigarra e a formiga”, passei a olhá-las de outro modo: cansativas, corredoras, egoístas, oportunistas, aos milhares, a pensarem no “seu formigueirinho”, a responderem à cigarra, enregelada e faminta, “Cantaste? Pois dança agora”! Ora eu, que tanto gosto do bom viver, dos sons e das músicas, acho um desaforo esta resposta. E tudo isto, não tendo nada a ver com coisa nenhuma que não seja o hábito de pensar, é o que me faz lembrar esta fotografia. Hoje, em que os meus olhos estão ao rasar dos troncos e a cigarra morre despedindo-se do sol do Verão, somente aprecio o ciclo desta infinita Natureza, sábia e resiliente.
E de outros bichinhos encontrados, por acaso:
para estes lugares que, quase sem transição, passaram para um "inverno" feio, desagradável. Não bastavam as ameaças das saúdes e das doenças.
3 comentários:
É que é mesmo, o tempo anda a dar o braço ao covid e seus desarrumados desastres.
Não me diga, bettips, que esse animal é uma osga. Mau Maria. Gosto de lagartixas (é uma lagartixa? as ventosas é que me deixam perplexamente aterrorizada), são queridinhas, assustadiças, friorentas e têm uns repentes de fuga que me encantam. Na próxima vida vou ser lagartixa, temos muito em comum. Quem sabe, já fui. O meu quintal está cheio delas, mas não estão garantidas, parece-me que o gatinho, podendo, lhes trata da saúde.
Pois também ficava que tempos a olhar a vida do formigueiro e quando li a história da cigarra e da formiga não me zanguei com elas, aquela formiga era muito desnaturada e sem coração, ainda hoje não sou capaz de acreditar que as formigas sejam assim. Logo o autor foi dar com uma formiga maldosa, mázona mesmo.
Ainda bem que essa fábula já foi virada do avesso.
ABRAÇO
As formigas assustam-me, são demasiado organizadas e "sérias", mas às lagartixas acho graça...
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