As minhas escolhas semanais de fotos/temas, como sempre, são inúmeras. Preterindo umas, preferindo outras, sem razões que não sejam as do instante em que as olho.
Dia 15 – Ir ao jardim, tudo à beira Douro, à beira mar
“Passeio Alegre” recordando Eugénio de Andrade
Chegaram tarde à minha vida
As palmeiras. Em Marraquexe vi uma
Que Ulisses teria comparado
A Nausicaa, mas só no jardim do Passeio Alegre
Comecei a amá-las. São altas
Como os marinheiros de Homero.
Diante do mar desafiam os ventos
Vindos do norte e do sul,
Do leste e do oeste,
para as dobrar pela cintura.
Invulneráveis – assim nuas.
(“Rente ao Dizer” 1992)
Dia 22 –
Andar na cidade
Já me custa até o esforço das palavras. Nas ruas vazias.
Mas o túnel pode ser passado... e o meu maior desejo é poder brincar fora de portas!
Dia 29 - Visitar um museu
Como disse A. no seu desafio anterior, tal qual eu me senti ao escolher as minhas propostas deste Abril: “fora de pé”, “lenha para me queimar”, sei lá… coisas que a gente faz sem querer. O certo é que me surgiram milhares de sugestões, jardins, cidades, museus, tudo aquilo que eu gosto de ver, fotografar e tratar. Decisões cheias de porquês.
Esta uma foto conhecida mas sempre misteriosa, do relógio e da vista de Paris, a partir do interior do Museu d’Orsay. Estação ferroviária do ano 1900, foi centro de acolhimento de prisioneiros e deportados, em 1945. O Museu só foi inaugurado em 1986.
***
E deixo todas as que me surgiram na ocasião dos "museus" e as minhas relevâncias do instante em que andei a escolher:
Foz Côa, em 2003, quando se visitou e nem havia museu, uma caminhada e lugares inesquecíveis
Acima e abaixo, fotos no "estrangeiro":
As meninas que fomos, "as três graças" que éramos
Gestos de ternura, que são os melhores que podemos ter!
5 comentários:
Belas fotos nada comuns!
Abraço já em Maio
Gostei das fotos. todas lembram lugares, passeios, idas. Movimento.
Tenho memória dessas palmeiras do Passeio Alegre de que não sabia nome; e da árvore de ramos retorcidos e tão lindo desenho que reparei quando passei por ela. Sem as flores. Só mesmo um poeta para comparar a palmeira que viu em Marraquexe a Nausicaa.
Encantou-me o Quai D'Orsay, aquele interior de gare de comboios tem extraordinária beleza. A gente prende-se a ele, é a melhor introdução à pintura que nos espera.
Bom dia, bettips.
Encantam-me aqueles troncos retorcidos, EdA continua a maravilhar-me, tenho uma saudade imensa de Paris, e partilho totalmente as recordações de tudo o que de bom se foi vivendo ao longo dos anos que já são muitos.
Foi uma boa viagem com as tuas palavras e fotografias, B.
Uma extensão do outro lado. Para lá do outro lado.
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