domingo, janeiro 14, 2024

As 1ªs semanas de Janeiro no PPP 2024

"As outras faces de..." propunha-se para este mês. Da criatividade dos participantes-residentes se dá conta no lugar próprio. Aqui, apenas os meus apontamentos e solilóquios, normalmente porque calha-me sempre "pensar" vários assuntos e outras tantas fotografias: o gosto das escolhas e o perpassar recordações. Tal como os nenúfares (lembrei Monet outra vez) estão à superfície e as raízes mergulhadas nas águas do passado.

Assim, no dia 4 "realidade versus fantasia",

 

ou seja, refiro-me à fantasia imaginada da luz real da Lua nas amendoeiras brancas. Em Ervedosa do Douro, há muiiito tempo atrás.

Não faço ideia, na realidade, como está este pórtico hoje: na ocasião em que lá passei, servia para pichagens e cartazes. Ali na baixa, bem perto; não fui/vou ver, terei alguma desilusão, mais vale deixar ao acaso.

Vem-me à lembrança "O Capuchinho Vermelho" e a boneca que há tanto tempo comprei em Arouca, numa senhora que as fazia pacientemente à mão. Serviu para algumas crianças e é deliciosa. Adoro aquela realidade e a fantasia da história: virando a menina ao contrário, encontram-se o Lobo Mau e a Avó. Já nem sei se também o Lenhador-salvador...

Do que penso e do que é exterior a mim, esta "estátua" transparente dá-me a noção da fantasia (se calhar) dos sentimentos dos outros: gravitam e espetam-se no incauto espírito. Sinto-me, na realidade, muito vulnerável.

Em Viana do Castelo que em outro lugar recordo, a mesma estátua, em fantasia de perspectivas: chegar à árvore, de frente e de costas


Na semana de 11, esta, "Antigo versus actual": a "Relva" em 1968, umas décadas mais tarde

e esta, depois da recuperação. Sim, era um lugar que gostaria de ter e manter!

E andando pelo Douro,

o cesto antigo da vindima. Do actual, em plástico, não tenho (acho que nem quero) fotografias.



1 comentário:

bea disse...

Gosto de ver casas recuperadas. Quando devaneio a sério e com força penso que me daria um prazer imenso pegar numa assim maltratada pelo tempo e fazer dela um lugar de aconchego, em memória de quem ali viveu sabe Deus que alegrias e dores; seria um reatar da vida, elos unidos uns aos outros como se fora uma cadeia. Porque assim a morte paece menos morte, é uma sucessão. Sempre gostei de coisas usadas. Não aprofundei o porquê mas pode ter a ver com isso de já ter pertencido a alguém e manter ainda os seus sinais. Parece-me um respeito o acto de preservar o que ainda pode ser preservado. Sobretudo nas casas. Haja quem o possa e queira realizar:).
Lindo, o luar nas amendoeiras que fosforecem. Parece uma super lua.
A boneca lembra-me as que a minha irmã habilidosa fazia em Évora e entregava numa papelaria debaixo dos arcos para venda (hoje é decerto outra coisa). Formula ue arranjou para ter o seu pecúlio próprio; permitia-lhe sair à noite, beber um café, sei lá. Nem uma única vez me lembrei de dar-lhe dinheiros extra. Como é que nunca me lembrei?!