quarta-feira, dezembro 09, 2020

Variações de humor

Avança dentro de nós o Dezembro. Lá fora, persistem as luzes para alguns e as não-luzes para tantos.

Tentamos, muito, que os entes queridos e os amigos se apercebam que "estamos aqui", onde nos colocaram, onde nos obrigaram. Não só as vidas diferentes como as contingências deste momento grave para milhões de pessoas e famílias. Penso, para mim, que um bom presente de Natal, em havendo, seria poder estar com a gente que é minha ou próxima. 

"Somewhere, over the rainbow", 1939, do Feiticeiro de Oz, uma história bonita sobre a Ilusão e a Felicidade.

Se possível, aqui no livre ar do sul



A proposta de números 1, 2, 3, 100 e 1000 deste mês no PPP, fez-me ir atrás, num vaivém de cenas possíveis. 

1 - Um dia, um acontecimento, uma personagem. Fotografia manual, a preto e branco, pelos antigos métodos do “olha o passarinho”. Um gosto, além da paisagem, conversar com o senhor que ali está há dezenas de anos. Ou estava, que o tempo destrói as vidas e as vontades. Mas sempre lembrarei este momento, tenho a fotografia-feliz em prateleira da sala. 

A conversa com este "senhor da fotografia à la minuta" foi sobre o seu pai, que o ensinou e lhe deixou o gosto e os apetrechos. Feliz por gostarmos e lhe termos pedido para nos tirar uma, a rir, a olhar o boneco-pássaro e a imensa paisagem de Viana do Castelo e mais, mais adiante. 

Mas, como sempre, escolho muitas coisas, em momentos que são UM, momentos únicos (que são todos, uns melhores que outros). O tempo continua a ser tempo, atrás, hoje e à frente, até se acabar "o nosso tempo".

Duas pedras em diálogo

Três oliveiras, ou quatro?
Pelas 3h da tarde, sim, era de tarde, pelo sol e pelo relógio
Dois espigueiros e o terceiro em vislumbre
Dois para "O Beijo"
Três figuras de diferentes expressões

E, por último, os nenúfares, dois e um terceiro prometido, sempre lembrando Monet e a sua incansável busca de impressões pictóricas. Claude Monet pintou cerca de 250 quadros das flores da água.

Adoro o lugar, a cor, a minha fotografia que assim calhou.

6 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

E eu adoro o que escreves e o que fotografas!
Derramas sensibilidade!

Abraço

M. disse...

Um diário de vida onde tudo se liga.

bea disse...

São lindas estas fotos com história. Nunca tinha reparado em nenúfares de camarote, que assim se elevam a contemplar as águas.
Bom dia, bettips.

Justine disse...

Passeando pelas tuas alegrias e tristezas, por um pedaço da tua vida.
E tens muita razão, os teus nenúfares estão tão belos como os do Monet!

bea disse...

Olá bettips, foi uma querida, obrigada. Não é o mesmo que estar lá, mas é alguma coisa. E fica-me à disposição para quando queira repetir e repetir, que os olhos não se cansam de tanta beleza. Quanto aos nenúfares, tenho até a sensação estranha de preferir a cópia ao modelo, talvez por não ser cópia. E depois aquele lago é como um mundo vivo e exuberante que pulsa e roda poeticamente com o dia. Não fazia ideia da dimensão das telas. Bendito Monet que tanto nos deu de si e da centelha divina que o habitou. Reduz-nos à nossa insignificância, não é?
Um beijinho e merci bien:)

Alberto Oliveira disse...

Votos de um 2021 um pouco mais simpático que este que agora se fina. Abraços nossos. (Alberto "Legível")