quarta-feira, dezembro 19, 2018

Azul (outro)

Insistindo no "azul" com anjos e dourados, como é próprio da época.
Sirvo-me de tempo muito antigo:
"The Wilton Diptych", de anónimo do séc. XIV, na National Gallery, Londres.

As pessoas de quem gosto, todo o ano têm a minha atenção e bons desejos.

Nunca fui de grandes crenças nem festas de Natal mas também nunca lhes fechei os olhos. É cada vez mais impossível fugir à girândola consumista.
Procuro por-me de lado, tanto quanto posso, excepto pelo simbolismo que tem para as crianças.
pela magia com que nos obrigam a olhar as coisas
O mundo está cheio de esperanças para elas mas será trabalho dos pais irem-nas semeando. Preenchendo.
Sinto como dever e desejo, nesta minha idade avançada na idade, confirmar a persistência na luta por uma sociedade mais justa, para que elas vivam em harmonia.


quarta-feira, dezembro 05, 2018

Azul

Liras.
Irias, foste, não sabes se voltas. Há subir e há descer, círculos, borboletas. Lembranças de um lugar, sempre presente.
(estava este lugar tão esquecido: que andando, vou perto!)
Desejo-me que "presente" seja na beleza da memória.
Coisas soltas.




quarta-feira, novembro 07, 2018

Janelas das Japoneiras

Isto de andar a saltar, do caco para o caquinho, das contas de e-mail antigas e modernas, dos blogues aqui e ali, dá uma trabalheira. Os escritos surgem-me, ora "soltando coisas soltas", ora num "click" entre a imagem em pensar repentino, ora no bettips, onde comecei escritos e sensações, mais passíveis de revelar/não revelando. Não tendo jardim, são também os meus canteiros, e o papel existe já por demais, em todos os cantos. Um dia destes, arrumei um caderno de apontamentos 2013/2018; e passar por todas aquelas anotações de 5 anos é como viajar no tempo. Secretariando e resumindo: contudo não posso passar sem papel!
O PPP com a sílaba "JA", deu-me a oportunidade de rever as Japoneiras/camélias, quase ainda antes de desabrocharem.
Ou estarão perto de? Sim, algumas começam a dar flor já, nos primeiros frios.

Neste caso Ja-poneiras com ja-nelas!

ou ja-nelas com ja-poneiras

ou a ja-nela da abelha
mais as japoneiras/minhas queridas camélias de colecção








como um jornal de parede


O género Camellia L. é dedicado à memória de Georg Joseph Kámel (1661‑1706), um jesuíta da Moravia, botânico e zoólogo, que viajou pela Ásia no século XVII e a trouxe para a Europa (informação retirada de uma notícia de Serralves).
E ainda, escolhido por estar na sílaba: um gato à Ja-nela!

Ou as Ja-nelas dos livros, tantos que se esperam e que se abrem como janelas, lugares de olhar, paisagens de letras e emoções
...coisas soltas no fio invisível que se traz no coração, pedalando em vôo pelo sonho.

segunda-feira, outubro 29, 2018

Outras rosas na passagem

E, ao falar de rosas, estas "pousadas" num jardim, turismo-rural-familiar, em Castelo de Vide.
Deixo-as aqui, juntas, lembrando a velha e primeira máquina HP que tanto colorido fácil me dava!













"São rosas, Senhor"!


A Flor da Rosa

Uma das coisas pelas quais me dedico ao desafio PPP há tantos anos é, precisamente, levar-me pelas veredas do pensamento e recordações, viagens, artes e afins. Quantas lembranças e conhecimentos (me)descobri!
Esta era uma proposta minha, do mês que vai passando, "fotografando as palavras de outros", foto da Pousada Flor da Rosa, no Crato. As palavras são de José Saramago em "Viagem a Portugal", edição Círculo de Leitores, 1981, pág. 193:

"A Flor da Rosa, por isto e pelo seu peculiar envolvimento urbano, por uma certa atmosfera quieta e ausente, parece oferecida na ponta de uns dedos frágeis: rosa brava, flor que apesar do tempo não pode murchar: quem a viu não a esquece. É como uma figura que passa, a quem fizemos um gesto ou murmurámos uma palavra, que não nos viu nem ouviu, e por isso mesmo fica na recordação como um sonho."




Antigo mosteiro do séc. XIV, foi mandado construir pelo pai de D. Nuno Álvares Pereira. Do Crato se diz lugar de nascimento do próprio militar, de quem nos lembramos logo, pela evidência das suas qualidades de peleja com os semprieternos inimigos espanhóis. Pela sua arte e conquistas militares, li que ficou "dono" de quase metade do reino. Justiça lhe seja feita: tornou-se monge e renunciou à vida da corte, tornando-se "frei e pobre".
O imponente edifício, de primitivo estilo gótico, foi sofrendo transformações ao estilo renascentista e mudéjar. É agora uma Pousada (de luxo) pertencente à rede de Pousadas de Portugal.
Do luxo não me reza a história, embora goste (e muito) de o ver ou de o usufruir! E por isso, na passagem pelo Crato, se abordou a pousada, pedindo para a visitar, ou tomar qualquer coisa no bar, que é uma maneira que descobrimos de ver estas construções privadas, por dentro. Muito simpaticamente, o empregado que nos atendeu, serviu-nos um "aperitivo" e deixou-nos à vontade para percorrer as partes comuns e abertas.






De uma sobriedade notável a reconstrução das salas e corredores, aliás levada a cabo por um famoso arquitecto, Cassiano Branco.






Ah... depois há o encanto enorme dos horizontes!



...e Maio de andorinhas





De saída para o Crato, onde mal se parou que o tempo de passear aprendendo é sempre curto.

A estátua de Nun'Álvares na praça da Vila
(o passeio iria continuar e há tanto que ver à volta, este é só um apontamento sobre a fotografia da Pousada...)