quinta-feira, abril 26, 2007
A sul do Rio IV, as ervas e as pedras
quarta-feira, abril 25, 2007
A sul do Rio III - O Mosteiro
As meninas da nobreza que entravam no convento, levavam enxoval próprio, os seus dotes de terras, riquezas, mobílias e até criadas, para o noivado com Cristo. A infanta D. Mafalda foi beatificada, conservando-se a urna/relicário em ébano, cristal, prata e bronze, à vista, na Igreja do Mosteiro.
Por exemplo: como viviam em clausura as freiras tinham em espaços comuns a representação, em azulejos, da vida secular, naturalmente filtrada pelo sagrado a que estavam devotadas. Doceiras de qualidade, estão agora recuperadas muitas das receitas dos mimos de então. As castanhas e morcelas doces, o manjar de língua, as roscas e charutos de amêndoa ou as barrigas de freira (Honni soit qui mal y pense!).
Em evidência na Igreja, além dos habituais motivos religiosos e um orgão lindíssimo, vê-se um cadeiral, em duas filas, esculpido e encimado por pinturas emolduradas por uma rica talha barroca.
Imponentes e dum valor artístico precioso e raro, são as peças reunidas e expostas no Museu de Arte Sacra, uma das melhores colecções do género em ourivesaria, pintura, mobiliário, peças de uso litúrgico, manuscritos, livros religiosos e tapeçarias.
Donde sairei com os olhos em regalo e arregalados de imponência, ansiando a vista dos montes, em quase beatitude.
Festa em Abril 1974
segunda-feira, abril 23, 2007
A sul do Rio II - Arouca
A sul do Rio I
Saíamos com esforço por causa do calor de Agosto. Incêndios nesta terra abençoada de verdes. Mas o mês de "todas as senhoras" é também o tempo de quem está fora matar a nostalgia de dentro. Vivendo nos seus mundos regulados por outros padrões de qualidade, os que chegam vêem a vida barata, a boa comida e o primitivismo de terras e gentes, como o paraíso.
Não os traremos para as neves ou granizos, os caminhos dos bois, as derrocadas das pontes, os velhos que morrem à lareira.
Levámo-los às pedras que bolem e cantam, aos brasões arruinados, à vitela barrosã, aos doces tradicionais.
Damos-lhes uma garrafa de Vinho do Porto como recordação: e com os vapores doces do nosso "vinho fino", verão com olhos coloridos a realidade.
Tantas vezes analfabeta e ingénua, precária e dura, a realidade do país que deixamos fazer e donde eles fugiram.
Arouca terá sido edificada uns 500 anos antes de Cristo. Na cidade e no Mosteiro dela, nos vales e na serra da Freita, passearemos acompanhados e espreitaremos tanto o místico como a natureza.
sexta-feira, abril 20, 2007
No title
Hoje não há fotografia que me valha! Só se fosse a da "Múmia" toda enfaixada e com frestas de olhos.
Envergonhada. Por não gostar, por não simpatizar. Desde ontem que penso. Habitualmente penso mas desta vez penso que alguém pensou em mim. E eu não sei que fazer.
Três amigos nomearam-me para não sei que troféu tipo americano, um "Award de Pensar", o que ainda me afligiu mais. Vou ser obrigada a pensar sempre, a produzir pensamentos. Ainda por cima pensamento válidos, interessantes, apelativos.
Ora eu que penso como respiro e não quero obrigar os pensamentos a entrar no curro, a não ser que eu esteja disposta ... (e quantas vezes eu: "Ei, pensamentos!" e eles relutantes...)
Ora eu que desapareço atrás da porta e é que não conheço ninguém
(lembro-me do outro, do Frei Luís de Sousa: "Quem és tu?" tam tam tam tam: "Ninguém!")
Eu, simples flor campestre, ou melhor dizendo
- uma orquídea citadina, daquelas armadas que vêm em caixas, de avião, e climatizadas.
Eu que não me distingo entre centenas (e até só comecei há 11 meses, fico de boca aberta com pessoal da pesada que celebra aniversários quase como bodas de prata - ai, eu acho bem e digo tchim tchim, fico espantada mas contente por tanto movimento se basear em nada, quando há tantos movimentos que deveriam cair pela base e não caem).
Enfim, obrigada, mesmo a
- Bomdiaisabel, de lá longe e tão perto, mulher de vários nomes começados por A!!! Adorável...
- S de Diafragma (elemento masculino que muito me honra com as suas chapas)
- A MManuel do Charlas (que já foi máscara azul e gosta de portas como eu) - e vinho fino
Prontos, só ligo ao facto de terem sido estes três seres especiais que me mandaram o repto, com muito mérito deles e meu, eles saberão coisas que eu não sei...
E depois há quem venha pela porta do lado e comente, queridas vénias - e quem venha pela porta do quintal tomar capilé comigo e cochichar... Todos os que vierem por bem.
Preciso é explicar que odeio concursos, todos. Competição. Publicidade, blá, blá, blá
...e sobretudo Awards que me faz lembrar todos aqueles velhotes dos Óscars, combinados nas falas e nos fatos ( e há filmes que são bons mas eu desconfio sempre do tio Sam, às riscas e de dedo em riste) .
Tenho é de dizer que tenho - mais ou menos - a absoluta - mais ou menos - noção do meu tamanho (um metro e 65) e do meu comprometimento com a Beleza e o Pensamento.
À medida que vos vou desfiando, os contos, as fotos, as pequenas palavras como ramos de cheiros.
Pessoas que eu acho queridas, a escrever ou a mostrar que escrevem. O que pensam e o que nos fazem pensar, muitos são! Com as suas solidões por vezes tão espelhadas. Como poderia relevar 5? Cinco no meio de dezenas? Não seria sincera. Seria pontualmente sincera e não quero relógio de ponto.
Tu que me lês, se por acaso sorris, sabes a quem me refiro. Tenho passado no teu sítio e tenho sido correcta e sincera nas apreciações. Digo gosto, é verdade. Se não gosto, cumprimento e desapareço.
Foi assim que sonhei o meu jardim. Um portãozinho de ferro forjado que está suficientemente velho para ranger e me indicar quem entra.
Também tenho "espanta-espíritos" pendurados. Se não for pelo som, sinto o movimento.
Companhias. Disponíveis. Afectuosas.
Muito obrigada, espero poder, e querer, continuar...
Mas em verdade vos digo que não chegariam os 10 dedos das minhas mãos (e agora estão ocupados aqui) para contar as almas doces, almas paralelas ou simplesmente almas que aqui encontrei e que me prezo de AMAR!
quarta-feira, abril 18, 2007
Ainda o Jardim de Guerra Junqueiro
terça-feira, abril 17, 2007
No jardim, recordo o poeta
Pelo caminho da infância, lembrei o poeta e o livro "A Velhice do Padre Eterno". Guerra Junqueiro. A edição que havia em casa era antiga e excomungada, certamente. As figuras deliciavam-me a imaginação: serpentes, mundos, frades anafados de hábito, um Deus antigo de longas barbas e ar prazenteiro.
Partilha e devaneios
Parti (r) (i) lha (ar) ... Partir ou partilhar a ilha?
quarta-feira, abril 11, 2007
Museu e Brilho
Vista geral do Museu Guggenheim de Bilbau (Wikipédia)
segunda-feira, abril 09, 2007
Subir
Deixo um fundo
(de onde é preciso subir).
Porque me é espantoso ainda (re)conhecer pelo gosto os que aqui se movem comigo.
Um obrigada a cada um, particularmente, porque cada um é diferente.