sexta-feira, março 31, 2023

Apontamento PPP de Março 1

Chega o mês das esperanças promissoras ao fim. Na última semana, dia 30, calhou-nos a "Água". Eu lembrei-me do provérbio que se atribui ao próximo mês "Abril, águas mil" e de muitas outras águas, turbulentas ou calmas.

Tanta água, mares, rios, lagos… Não escolhi nenhum desses lugares mas o lugar onde habita um peixe, dizendo para mim e para ele: “como peixe na água”.

 

Mas logo me vieram à ideia outras coisas. E nem falei em mares, dos muitos que tanto amo!




 

Gosto de parar e escutar a água a cair, nas cascatas, ver o verde tenro que lhes nasce perto como se dialogando com ela: "Verde que te quiero verde/Verde viento, verdes ramas" parte do poema de Frederico Garcia Lorca




E, por fim e princípio, os olhos da menina-pequena olhando as cores e formas do Aquário Vasco da Gama: tão bonito de ver o assombro e a atenção dela!

 


sexta-feira, março 24, 2023

Apontamento PPP de Março

É meu privilégio - que o devo a alguém e outros alguéns - ter sido incluída, há muitos anos, neste grupo que tanto me tem mostrado, da vida, costumes e gentes. Passam as estações, assim neste entretimento semanal a que (raramente?) nunca falto, com maior ou menor entusiasmo. Participando com fotografias que tanto me agrada escolher, de temas tão diversos, e com comentários que me surgem tantas vezes num repente e de rajada. Este mês de promessas primaveris sugeria que escolhêssemos entre a Teoria chinesa dos Cinco Elementos "o que nos ocorresse e nos deixasse felizes".

1º Madeira

Gosto destas propostas da Teoria dos Cinco Elementos porque sempre tive uma predilecção pelo Oriente, os seus hábitos milenares, a sabedoria, a arte. Mas, nas escolhas... é ver como (me) funciona a duplicidade da mente: casinha de madeira, na Madeira.

Contudo, outras "madeiras" me vieram aos dedos: passagens com rosas, árvores de sinais como frases, portas velhas e montes de paus alinhados como para um abrigo ou uma fogueira.



Até uma canga, de madeira trabalhada, para os bois: costumes do Norte

"Não há machado que corte - a raiz ao pensamento..."


2º Fogo

E estando a escolher fotografias numa determinada época, surge-me “o fogo” por onde se passou bem perto. A não ser para cozinhar ou aquecer as casas a lenha, o fogo aterroriza-me.

O vivo, de longe e ao vivo, e o morto que destruiu o pinhal e rodeou as pedras:


 

3º Terra

As mãos de mulher que embalam o berço serão as mesmas que tratam a terra. Virando-se para ela, mexendo-lhe como se fosse um corpo vivo. E é.

Do particular ao geral: a terra que foi pisada pelos habitantes primevos, pelos conquistadores romanos e pelas pessoas comuns ou curiosas como eu 

A terra é terra, é pedra, é madeira, é metal, é horizonte profundo e belo
4º Metal

A fotografia é de Outubro de 1968, uma viagem às aldeias do Douro, de onde vieram os nossos familiares nos recuados anos de 1880 e tal. Tenho uma imagem idêntica dessa época, pendurada na porta de entrada desse comboio, eu toda maleável, de riso e felicidade. Linha do Tua, imagino que, nesse mesmo lugar, agora submersa pela barragem.


Lugares que se recordam, por nos terem pertencido ou pertencerem; ou mesmo por empréstimo de outra gente amiga que os viveu!