quarta-feira, setembro 25, 2013

Para quem (me)gosta













Para que se goze, olhando,
o bom e o belo que temos e somos,
para além dos mesquinhos comícios comerciantes que nos desfilam e enganam.
Porque a obra fica. Esquecem-se estes pequenos candidatos "de mentiras" que a vida passa.
Como por esta oliveira conservada, com mil anos a olhar a dança dos séculos. E viva.

(Herdade do Esporão, num dia deslumbrante)


quinta-feira, setembro 19, 2013

Sabores da terra e espaços

Cebolinho
Manjericão

Flores dos muros
e o azul com aves ao longe.
Esta terra tão grande e linda que somos!
Apesar das eleições e gente cegada, sem olhos para ver; cega e salgada; e na cégada complicada que isto é.
No pensar de discernir.




domingo, setembro 15, 2013

Vidas II









E debruço-me sobre - ainda e sempre - o falar das pedras, porque quem me conhece saberá lê-las.
Às mensagens dos meus sentimentos.
Repartir.

terça-feira, setembro 10, 2013

Vidas

Aqui postas em música que redobram nos meus ouvidos.



Hard days' night.
Ma vie.
The house of the rising sun.
As músicas e as letras (con)tinham as nossas. Vidas.

sábado, setembro 07, 2013

A comoção das coisas inúteis



... que se conhecem há tantos anos!
Comunica-se ao olhar: afinal são estas as recordações que me estão vivas: a cómoda de gavetas de segredo - os poucos "ouros", cartas do avô Antero do outro século escritas a verde, os lencinhos, os sabonetes Patti, um frasco de perfume "Madeiras do Oriente", as meias de vidro - e o único guarda-vestidos: das coisas que amo, nada de importância: de importância, só o que amo.

Restos/rastos de memórias. No guarda-vestidos de vidros verdes da minha avó, um gavetão, pesadíssimo para a minha pouca idade: tinha dentro uma boneca "de Espanha", maior que eu, nunca para brincar, as coisinhas cor de rosa do baptizado, de seda e acolchoadas, oferecidas pela madrinha rica, uma bolsinha de contas verdes e roxas, aro de tartaruga; em cima (e eu de banco sobre um banco, esticada), postais da Grande Guerra, uma escrivaninha portátil pequena, com tinteiros e porta curva de correr, pó e embrulhos-embrulhados de passado.
Nada tinha valor: e tudo era valorizado porque exíguo: o lugar, os pertences, as recordações.

 Vou-me agora à procura de fontes.


Que há uma casa só minha que trago comigo, em forma e som de coração,


tal qual Vitrúvio a teria escolhido.