sábado, novembro 26, 2011

Por onde




...espreita a luz e a liberdade?


Certamente não no pensamento "dos agentes de autoridade" e nos governantes "que dão ordens".

Apenas "o sonho comanda a vida" se a quisermos viver vivos.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Estação



Penso
em um comboio cor de rosa

como uma touca de menina,

pequena e sumida como recém-nasci há tantos anos,

minha mãe sorria tanto...

um caminho rosado e breve,
que me levará
ao morrer.


quarta-feira, novembro 16, 2011

...Distraída

Pousam-me pássaros nos olhos.
Por agora perscruta a mente outros sentidos, descobrir onde voam anjos meus.
Lugares onde o sol nasce. Ang-ing-ong-oi coisas assim.

Há pedras que formam um arco sobre nós: as e os de passagem.

Há as que desejamos saber como.
As que trazemos connosco.
Às que não ligamos importância, os calhaus rolados; e as pedras no sapato sendo para tirar.

Há as que vemos como nasceram, saindo de um núcleo amassado por séculos de passagens - hei-de voltar a estas.

terça-feira, novembro 15, 2011

Na verdade

(sino sem capela ou capela sem sino.)

(sobreiros da cor do sangue seco mas vivos)




...não sei porque é que a atracção
é tal e tão forte.
Digo, das pedras comigo ou eu com pedras.

Não sei se passam por mim ou eu por elas.

(em S. Pedro de Vir-à-Corça, Idanha-a-Nova, onde há uma lenda bonita e eu fico pasmada a olhar)

segunda-feira, novembro 14, 2011

De poesia nos meus olhos

Um sítio em que o mundo fosse de
um verde redondo

com fundo azul

encostar a mão às pedras, descobrir perfis,
sem fazer poemas, só sentir.

Sonho insistente.


Casa de madeira que pereceria comigo,
no pouco tempo de viver.
Lugar longe/lugar perto. Da terra.

sábado, novembro 12, 2011

Poetas nossos



























Voltei a ouvi-los... vendo-os. Aos poetas do exílio, aos poetas do amor, aos poetas do descontentamento, aos da ira, a todos os que empunham a Poesia como uma arma contra o convencionado.

Foram estes, em estátuas; poderiam ser outros, os das revoluções, os dos nossos antigos sonhos. Voa célere o pensamento com eles.
Os Poetas são o nosso laço com o passado mas escrevem sempre no chão do Futuro.

(uns ...tinham sido vandalizados com tintas várias, a outros caíram ou roubaram letras, a outros esqueceram-nos - muitos estavam descalços,
no parque).



terça-feira, novembro 08, 2011

Sendo que...







(as vidas são cheias de gerúndios)

"Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho"

E era esta proposta de provérbio do PPP. na semana passada.
Curiosa foi a minha lembrança de um dia de Verão, Agosto pleno, em que a chuva e o nevoeiro (quase) estragaram o passeio. Todavia, os castanheiros em flor, rasgavam pequenos sois nas árvores.
Assim, meses foram passando.
Até o Inverno vir vindo, martinhando e negando a ponte dourada dos outonos.
No tal gerúndio ameaçando.