quarta-feira, junho 27, 2012

O Jogo

Ouço ao longe o "relato". Pelas gentes ululantes que me cercam e gritam.
Escuso de ver o jogo Portugal-Espanha, como na escola as guerras do livro: que pena tinha dos espanhóis que perdiam sempre. Até virem os Filipes.
Ou o final do jogo.
Ganhar moralmente.
Gritam.

Não pelos subsídios retirados nem pelas filas nos postos médicos (chamados agora centros de saúde).
Não pelo desemprego nem incêndios. Não pela (in)cultura. Não pela desfaçatez governante.
Gritam por uma dúzia de bacanos, re-pagos a peso de ouro, e seus acólitos. Pelo futebol, pela selecção nacional, o que quer que isso signifique. Europeus... pifff.
Não votam por uma selecção de pessoas que defenda o bom carácter, as boas práticas da justiça, a terra amável que temos.
Não senhor. Rugem, uivam e ululam: no tempo do salazarento era permitido: fado, futebol, fátima.
Os três efes que nos deram cabo dos miolos durante décadas.

Futebol como desporto, sim; a competição gera o lucro e os juros dele, o dinheiro gera agiotas.
São profissionais? de quê? da bola? da cortiça? do azeite? das letras? das artes?
Como europeus... pifff.
Talvez pô-los a jogar no Parlamento Europeu. Durão à defesa, dos seus interesses, claro Mao-forever.
Capitalizar o livrinho vermelho. Bola escondida na manga. Reformas que saem das percentagens do país: quentinhos, voltam ao ninho. Serão dignos conselheiro dum estado futuro.


Meias finais sem pés.

Like a puppet on a string.


 Sem cabeça, membros decepados pela gula do lucro.

Sinais contrários.
Mares pouco navegados.



Pela arreata. Lá se vai a bolsa, a coisa "indíce" jones qualquer coisita. O lixo por que nos tomam (a menos que seja para férias, eh eh eh...). Tão amáveis e pacatos somos! E baratos.

Não gosto. Pessoalmente, não: admito quem goste e goze com isso.
Como a procissão das velas.

Mas além de o parecer, deve ser: vertical.

sexta-feira, junho 22, 2012

Mar e mar - ir ao fundo e voltar



Ah... mar sempre diverso

tão perto me estás e tão longe me ficas.
Como gente.
Falas, murmuras, suplicas, ficas furioso, escondes-te, és traiçoeiro, és manso, és doce e bravo.
E mentes quando dizes "eternamente"; ou para sempre, é o mesmo: recuas ao menor indício de luas.
Voltar não se volta, ao mesmo mar.

"Sleep not, dream not; this bright day
 Will not, cannot last for aye;
 Bliss like thine is bought by years
 Dark with torment and tears"

(Brontë Poems, "Sleep not", 1846)

quarta-feira, junho 13, 2012

Pais

Estes foram os meus pais: eu estou lá. Hoje, estou eu aqui e eles sorriem ao longe de mim, um para o outro, uma e outra vez, tal como viveram.
Eu... penso, logo
existo.


(numa pressa da net que vou estando fora, ainda)