quarta-feira, maio 17, 2023

De lembrar Tolstoi

"Todas as famílias felizes se parecem. Cada família infeliz é infeliz à sua maneira." 






 

Em tempos idos, uma tarde passada e lembrando gostos e desgostos. Como Diz Tolstoi, em "Anna Karenina".

 

 


domingo, maio 14, 2023

A proposta PPP para Maio 2023

Este lugar sinto-o como se fosse um projecto de madeireira, de carpintaria: pego no tronco, na peça/ideia e depois vou-a esculpindo, à medida do pressuposto desafio. Sobram assim as lascas do grande pedaço de pensamento sobre as coisas que me ocorrem. Para este esbraseado mês de Maio - em que devia trovejar para eclodirem as águas, sempre o ouvi dizer aos antigos - "aldeia ou povoação" foi o desafio da primeira semana. E logo me apareceram umas centenas de aldeias, as vertentes dos montes, os segredos dos vales, as suas casas de longe e de perto... foi difícil escolher.

Mas é verdade que me identifico com o que agora se chama "reciclagem" e que fazia/pensava há tantos anos... Não o aproveitamento para o lazer do luxo mas para a fruição dos lugares por gente comum. Revitalizar o antigo e acabar com os projectos megalómanos nos campos à beira-mar ou nas serras ainda impolutas. Falo porque leio e porque sei e porque vi: dezenas de casas vazias, aldeamentos de alto gabarito inabitados. O "capital" tem a palavra e compra tudo... Chama-se investimento. E eu chamo-lhe não ter que fazer ao dinheiro em projectos que sirvam uma comunidade.

Mas acho que me repito sempre nesta ideia de "humanidade solidária" em vez do "salve-se quem puder". Quantas vezes terei dito o mesmo?

Portanto, do alto da minha cátedra, que não é nenhuma e é tão rasteira como a erva do chão...ia dizer: eu gosto muito de aldeias… Mas como não gosto de todas e, por outro lado, gosto de tantas coisas, limito-me a apresentar umas fotografias desta. Que há anos se descobriu num acaso, nas voltas pelo interior do Algarve: aldeia de Silveira, Pereiro. Antigo monte de lavradores, com registo de ocupação desde o séc. XVIII, desabitada há décadas. Forno na rua e caminho para as casas. Andar por ali foi uma sensação inexplicável.






 








O azul, parte da platibanda









Aqui acrescento que foi uma sensação de ternura desencantada, tristeza e nostalgia pelo andarilhar das gentes que ali viveram. Uma falta de seres humanos, vida. Sentir. 

Terreno amado, abandonado aos seus segredos de ódio e amor. Dos dias.


 

terça-feira, maio 02, 2023

PPP Abril 2023 - Noite

Noites são lugares mágicos, de sonhos e visões.

Se e quando tenho oportunidade de ver o céu à noite, é um encantamento. Alargo o horizonte, sem as esquinas dos prédios que me cercam. Procuro cintilações de algumas luzes que conheço, Vénus, Marte, Júpiter, as "ursas" e outras constelações que vou lembrando. Nunca mais esqueci como encontrar o Norte, 7 vezes a distância de um lado da Ursa Maior, e descobrir a Estrela Polar que raramente se deixa ver. Desde os 10/11 anos que espreito a Lua: da janela do meu quarto, quando o tive só para mim, muitas vezes me fazia companhia "noite fora"e me empurrava a nuvem dos sonhos.

Assim, para o desafio de 17 de Abril, encontrei as fotografias que tirei em sequência, de um eclipse da Lua, que fui seguindo pacientemente, em 2015. Por acaso aqui ao carregá-las saem na ordem inversa.




E como sou de múltiplas escolhas, quando procuro, num acaso encontro outras luas, outras noites. Ou não fosse a noite o principal lugar de soltar o meu espírito. Ou seja: sinto-me mais nocturna que diurna.





Neste grupo, tinha separado esta beleza: eram 19.30h, não noite, mas anunciada pelo canto de recolher.

E passaremos para Maio, mês tão preferido que até nasci nele.