"Todas as famílias felizes se parecem. Cada família infeliz é infeliz à sua maneira."
Em tempos idos, uma tarde passada e lembrando gostos e desgostos. Como Diz Tolstoi, em "Anna Karenina".
"To be or not to be" this is still my question
"Todas as famílias felizes se parecem. Cada família infeliz é infeliz à sua maneira."
Em tempos idos, uma tarde passada e lembrando gostos e desgostos. Como Diz Tolstoi, em "Anna Karenina".
Este lugar sinto-o como se fosse um projecto de madeireira, de carpintaria: pego no tronco, na peça/ideia e depois vou-a esculpindo, à medida do pressuposto desafio. Sobram assim as lascas do grande pedaço de pensamento sobre as coisas que me ocorrem. Para este esbraseado mês de Maio - em que devia trovejar para eclodirem as águas, sempre o ouvi dizer aos antigos - "aldeia ou povoação" foi o desafio da primeira semana. E logo me apareceram umas centenas de aldeias, as vertentes dos montes, os segredos dos vales, as suas casas de longe e de perto... foi difícil escolher.
Mas é verdade que me identifico com o que agora se chama "reciclagem" e que fazia/pensava há tantos anos... Não o aproveitamento para o lazer do luxo mas para a fruição dos lugares por gente comum. Revitalizar o antigo e acabar com os projectos megalómanos nos campos à beira-mar ou nas serras ainda impolutas. Falo porque leio e porque sei e porque vi: dezenas de casas vazias, aldeamentos de alto gabarito inabitados. O "capital" tem a palavra e compra tudo... Chama-se investimento. E eu chamo-lhe não ter que fazer ao dinheiro em projectos que sirvam uma comunidade.
Mas acho que me repito sempre nesta ideia de "humanidade solidária" em vez do "salve-se quem puder". Quantas vezes terei dito o mesmo?
Portanto, do alto da minha cátedra, que não é nenhuma e é tão rasteira como a erva do chão...ia dizer: eu gosto muito de
aldeias… Mas como não gosto de todas e, por outro lado, gosto de tantas coisas,
limito-me a apresentar umas fotografias desta. Que há anos se descobriu num
acaso, nas voltas pelo interior do Algarve: aldeia de Silveira, Pereiro. Antigo
monte de lavradores, com registo de ocupação desde o séc. XVIII, desabitada há
décadas. Forno na rua e
caminho para as casas. Andar
por ali foi uma sensação inexplicável.
Terreno amado, abandonado aos seus segredos de ódio e amor. Dos dias.
Noites são lugares mágicos, de sonhos e visões.
Se e quando tenho oportunidade de ver o céu à noite, é um encantamento. Alargo o horizonte, sem as esquinas dos prédios que me cercam. Procuro cintilações de algumas luzes que conheço, Vénus, Marte, Júpiter, as "ursas" e outras constelações que vou lembrando. Nunca mais esqueci como encontrar o Norte, 7 vezes a distância de um lado da Ursa Maior, e descobrir a Estrela Polar que raramente se deixa ver. Desde os 10/11 anos que espreito a Lua: da janela do meu quarto, quando o tive só para mim, muitas vezes me fazia companhia "noite fora"e me empurrava a nuvem dos sonhos.
Assim, para o desafio de 17 de Abril, encontrei as fotografias que tirei em sequência, de um eclipse da Lua, que fui seguindo pacientemente, em 2015. Por acaso aqui ao carregá-las saem na ordem inversa.
Neste grupo, tinha separado esta beleza: eram 19.30h, não noite, mas anunciada pelo canto de recolher.
E passaremos para Maio, mês tão preferido que até nasci nele.