segunda-feira, outubro 31, 2011

Com que

(de repente lembrei ao escrever "com que" que dizia:
"O menino tem que fazer..." e ele respondia na sua linguagem pequena mas afirmativa e forte: "Omeninonãotemque")


Com que alvoroço e persistência se fará um ninho?
(o de cima foi encontrado no chão e reposto mais tarde numa árvore
- o outro, ocupado na Primavera, vagou no mês passado)

Com que alegria (vã) se farão castelos na areia até à próxima maré?

Com que divertimento se construirá/habitará uma casa com uma risca amarela e se colocará
um azulejo destes à porta?


E com que audácia vigorosa rebentam as pedras,
as pequenas raízes e as grandes árvores?

Com que vento de Outubro se separam as sementes do fruto?




E com que (caminhos de) ternura se escrevem versos soltos - a gente anda à volta das chapas pintadas, a olhar as paredes,
a lê-los, a lê-los.

sábado, outubro 15, 2011

Volta

para as sintéticas luzes de palco.

O tempo escapa-se pelos dedos.

(as caras governantes que vejo falar de sacrifícios parecem peixes mal dispostos, nadam nas suas águas de capital garantido: e são enganadores como enguias).
Que me desculpem a metáfora os simples peixes.


... de férias directamente para as crises.

Com tanto por dizer e fazer. Hoje e para o futuro.
Que ontem era tão somente a pureza dos ideais.

(não sei quando voltarei aqui e ali)